Sem filme, sem pipoca e sem bilheteria. O Cine Via Sete, de Venâncio Aires, está fechado. As inúmeras correspondências embaixo da porta mostram o abandono do local. Sem cumprir com acordos contratuais, o proprietário moveu uma ação judicial contra o locatário, que tramita desde 2013.

De acordo com o proprietário do prédio, Ari Francisco da Silveira, a expectativa é de que seja marcada uma audiência para os próximos dias na qual esteja presente o locatário, Gibran Mahmud. Silveira explica que “o locatário encerrou as atividades no local e entregou a chave para uma funcionária. Esta deveria fazer a entrega para a imobiliária ou para Ari. Mas eu não podia recebê-la por estar correndo o processo e assim a chave só poderia ser devolvida perante a juíza. E como a Justiça estava em recesso esperamos por uma audiência para receber a chave e saber do andamento do processo.”

Por não cumprir com o pagamento mensal de aluguel, pagamento de IPTU, água e luz, foi ajuizada a ação de despejo em fevereiro do ano passado, desde então, segundo Ari, a Justiça, através dos oficiais, estava a procura do locatário para a assinatura do precatório, que até o momento não foi notificado. O encerramento das atividades ocorreu no dia 19 de outubro. Os móveis existentes no local não podem ser retirados. No estabelecimento estão 170 poltronas, o projetor e o telão, dois ares-condicionados, 14 mesas de bar, 30 cadeiras de madeira, duas pipoqueiras, uma cama com colchão entre outros utensílios de uso pessoal. “E a penhora é assim, no momento em que o inquilino foi notificado com a ação de despejo ele tem 15 dias para limpar o local, o que estamos esperando desde março do ano passado”, destaca Silveira.

Silveira argumenta que Mahmud deve cerca de R$ 300 mil em aluguel atrasado e mais o pagamento de água e luz. Gibran foi procurado pela reportagem da Folha do Mate, ao longo da tarde de ontem, mas não foi localizado.