Os 145 quilômetros percorridos pelos venâncio-airenses, para a realização de consultas e cirurgias oftalmológicas em Faxinal do Soturno, serão reduzidos para menos da metade. Desde a segunda-feira, 2, os procedimentos oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) são realizados em Candelária, a cerca de 66 quilômetros da Capital do Chimarrão.

Foto: Juliana Bencke / Folha do MateCleni passou por cirurgia de catarata nos dois olhos, em Faxinal do Soturno. Para ela, menor distância tratá mais comodidade aos pacientes
Cleni passou por cirurgia de catarata nos dois olhos, em Faxinal do Soturno. Para ela, menor distância tratá mais comodidade aos pacientes

A mudança é resultado da reestruturação do serviço na região, por meio da qual moradores de 13 municípios serão atendidos em Santa Cruz do Sul e Candelária. O secretário de Saúde de Venâncio Aires, Ramon Schwengber, explica que a divisão entre as duas cidades segue critérios populacionais. “Em reunião da Comissão Intergestores Regional (CIR), resolveu-se que metade dos pacientes seria atendida em Santa Cruz e a outra em Candelária, que vão dividir os recursos para o serviço. Nesta sexta-feira, ocorrerá o último atendimento em Faxinal do Soturno”, comenta.

Os procedimentos oferecidos no Hospital de Candelária serão os mesmo realizados em Faxinal do Soturno: consultas, cirurgias oftalmológicas e exames mais complexos, que não são oferecidos na unidade básica de saúde Santa Tecla, onde ocorrem os atendimentos oftalmológicos do município.

“São procedimentos que não são feitos aqui, como cirurgias de catarata, pterígio, abcesso e retirada de corpo estranho nos olhos”, explica a técnica em Enfermagem do posto Santa Tecla, Carla Lücke Mahl. De acordo com ela, semanalmente, um ônibus com cerca de 40 pacientes sai do município para realizar os procedimentos. “Geralmente, cada paciente faz quatro viagens: uma para cirurgia e outras três para consultas e revisão”, explica.

Comodidade

Na opinião de Carla, a principal melhoria com a disponibilidade do serviço em Candelária é que os pacientes poderão voltar para Venâncio, após a operação e retornar no dia seguinte, para a revisão. “Não será mais necessário pernoitar na cidade. Até então, muitas vezes, as pessoas precisavam ficar em um hotel e pagar essa despesa. Além disso, nem sempre contavam com alguém disponível para acompanhar e dormir fora de casa”, observa.

Foto: Juliana Bencke / Folha do Mate
Schwengber: “Mais comodidade para os pacientes.”

Moradora de Linha Mangueirão, a agricultora Cleni Merência da Silva, 70 anos, foi uma das pessoas atendidas em Faxinal do Soturno. Na terça-feira da semana passada, 26 de junho, realizou a cirurgia de catarata no olho esquerdo, dois meses depois de ter operado o direito. “Fui muito bem atendida. O ônibus da Prefeitura leva a gente e espera para voltar”, elogia. 

Assim como Carla, Cleni acredita que a realização do procedimento em Candelária beneficiará os pacientes de Venâncio. “Vai facilitar muito. É sacrificado para a gente andar duas horas e meia de ônibus para chegar até lá”, considera ela, que precisava percorrer, ainda, em torno de 45 minutos entre a sua casa e o centro da cidade, para pegar o ônibus.

Divisão por municípios

Das 1.181 consultas oftalmológicas que serão disponibilizadas, mensalmente, em Candelária, em torno de 40% serão destinadas a pacientes de Venâncio Aires. Conforme informações da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde, serão 477 consultas para venâncio-airenses, além de exames e procedimentos cirúrgicos.

O secretário de Saúde de Venâncio Aires, Ramon Schwengber, não descarta a possibilidade de um mutirão de cirurgias em Candelária. “É possível, inclusive, que o Município leve pacientes para as operações em fins de semana”, adianta.

Além dos venâncio-airenses, pacientes de Candelária, Gramado Xavier, Herveiras, Mato Leitão, Pantano Grande, Rio Pardo e Vale do Sol serão atendidos no Hospital de Candelária. Em Santa Cruz do Sul, serão atendidos os moradores de Sinimbu, Vera Cruz, Passo do Sobrado e Vale Verde, além dos santa-cruzenses.

 

Juliana Bencke

Editora de Cadernos

Responsável por coordenar as publicações especiais, considera o jornalismo uma ferramenta de desenvolvimento da comunidade.

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