Nayara Simões tem 18 anos e é filha de Eva e José Simões, com quem mora na área central de Venâncio. Atualmente ela também passa boa parte da semana em

Foto: Vanessa Behling / Folha do MateAlém da faculdade de Odontologia, Nayara se dedica à Patinação Artística, pela qual já representou Venâncio em três mundiais além de sul-americanos e campeonatos nacionais e estaduais
Além da faculdade de Odontologia, Nayara se dedica à Patinação Artística, pela qual já representou Venâncio em três mundiais além de sul-americanos e campeonatos nacionais e estaduais

Canoas, onde cursa o segundo semestre de Odontologia, na Ulbra. Além da intensa rotina de estudos, Nayara não deixa de lado a sua grande paixão: a Patinação Artística, a qual se dedica há nove anos, período pelo qual representou a Capital Nacional do Chimarrão em âmbito estadual, nacional e mundial. “Quanto mais coisas eu tiver pra fazer, mais eu rendo.”

Tudo começou por volta dos nove anos no Colégio Gaspar onde estudou e se formou no ensino médio. Ela fazia balé, mas o interesse era mesmo pela Patinação, no entanto, o pai tinha receio de inscrevê-la nas aulas, pois ela poderia se machucar. Mas a insistência da menina venceu o temor do pai. E, a partir de então, não parou mais. Colecionou medalha atrás de medalha, sendo mais de 50 já conquistadas, além de ter sido indicada para o Troféu Destaque de Venâncio em 2012 e 2014, e o ter vencido em 2009 e 2013. 

Como atleta já teve a oportunidade de levar o nome do município para vários lugares do país e também do mundo. Neste ano, subiu no lugar mais alto do pódio no Sul-Americano de Patinação no Paraguai e participou do Mundial realizado na Colômbia. “Tenho que agradecer à Patinação, se não fosse ela, eu não seria essa Nayara, conheci tantos lugares, culturas, pessoas. Não ganho premiação, aliás, sou muito grata aos meus pais que sempre me apoiaram para que eu pudesse participar de tudo, mas só de dizer que estou carregando o nome de um município e ainda subir num pódio, a partir do próprio esforço, é muito gratificante. Não tem dinheiro que pague, é meu orgulho maior.”

Depois de se formar, os planos da jovem são de se especializar na área de odontologia pediátrica, sem nunca deixar a patinação de lado. “Não quero nunca parar, é algo que eu amo muito, também é bom para minha saúde e espero ser espelho para muitas crianças ainda. Não consigo pensar num campeonato e não estar participando dele. O esporte traz responsabilidade, comprometimento, faz ser uma pessoa do bem.”

A Fenachim

Ao receber o troféu de Destaque Esportivo de 2009 das mãos da rainha da 11ª Fenachim, ângela Roberta Bencke, Nayara se encantou com a postura da soberana e desde então vem alimentando o desejo de ser uma representante da Festa Nacional do Chimarrão. A ideia da jovem era de concorrer na próxima edição do concurso, no entanto, a convite da Sociedade Olímpica Venâncio Aires decidiu por participar desta edição e foi a última a realizar sua inscrição. “Estou ansiosa pela noite da escolha, mas também já estou acostumada a ser avaliada devido à Patinação. Quero mostrar quem eu sou. Sempre quis representar o meu município, é algo que se leva para sempre.” Antes de concorrer à Fenachim 30 Anos, Nayara já foi a Gata Uesva, rainha do Gaspar e já participou do Broto Sova.

O concurso entrou em um momento conturbado na vida da jovem. Devido a doença de sua avó – que morava no Paraná, que acabou falecendo no dia 17 de outubro, a mãe viajou ainda em julho para cuidá-la e desde então, a jovem teve que se virar sozinha. Foi competir no Mundial de Patinação, na Colômbia em setembro, encarou o concurso da Fenachim e teve que lidar com a perda da sua avó. “Deus colocou todos esses percalços no meu caminho para agregar e aprender, foi tudo muito difícil, mas a Fenachim me fez ter mais maturidade, ter um crescimento pessoal, além de fazer com que eu me tornasse mais independente, já que não estava com minha mãe do meu lado. Então, se eu entrar ou não no trio, a Fenachim só me trouxe coisas boas e vou lembrar desse período que vivi para sempre. E se eu não ganhar neste ano vou de novo, porque o concurso não trata só de beleza, é um conjunto que reúne cultura, talento, inteligência, conhecimento.”

Como boa bairrista, ela já vem disseminando a tradição do chimarrão e a Fenachim no estado afora. Nos campeonatos em que participa, ela apresenta a bebida típica a outros atletas. “No Mundial eu era a responsável por fazer o chimarrão, fazíamos rodas e apresentávamos aos outros, uma colombiana e um português tomaram e adoraram.” Além disso, colegas da faculdade e do grupo de show Wheels On Fire, de Novo Hamburgo já foram convocadas por Nayara para prestigiarem o baile de escolha, no dia 13 de novembro.

“A noite de escolha será mágica, será um dia muito especial para mim, vai encerrar um ciclo da minha vida, de muita tristeza e desafios, mas de muito aprendizado. Vai ser dedicado à minha avó, que ensinou a dar valor às pessoas e à vida.”

Nayara Simões