O anúncio feito na noite de segunda-feira, 4, de que o Ministério de Educação (MEC) não tem mais dinheiro para assinar novos contratos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) neste semestre, fez com que universidades reprogramas sem investimentos para 2015. “Assim como nós, muitas instituições tiveram que se readequar a esse novo momento, que deve seguir o ano todo”, destaca o reitor da Univates e presidente do Comung, Ney José Lazzari.

O atual cenário do financiamento estudantil deve-se, de acordo com Lazzari, a grande adesão ao programa nos últimos quatro anos. Em 2010, apenas 78 mil alunos tinham o benefício. Esse número passou para 1,9 milhão no ano passado. “O aumento se dá porque os alunos começaram a acessar o recurso de forma muito fácil e tranquila”, destaca.

Agora, além de lutar para receber os valores que não foram depositados, o desafio das instituições é manter os alunos nas salas de aulas. Lazzari destaca que não ter novas inscrições para o Fies, não quer dizer que o estudante não poderá estudar. “O que vai acontecer é que os alunos vão se matricular em menos disciplinas, levando alguns anos a mais para se formar, o que, até certo ponto, é prejudicial para o país e para o indivíduo,mas é melhor que ele estude do que pare de estudar só porque falta Fies.”

POSSíVEIS SOLUçõES

Essa polêmica que está girando em torno do financiamento estudantil, conforme o presidente do Comung observa, vai gerar readequações das instituições em relação ao uso do recurso. Provavelmente, a cada ano as universidades vão pensar duas vezes antes de assinar novos convênios. “Acho que o próprio MEC vai ter que repensar a modalidade Fies, com regramento mais duro em algumas coisas, regras mais claras, além de ter mais conversa com o segmento e o próprio aluno.”