A criação de uma Comissão Técnica em Venâncio Aires para resolver a situação das tipuanas plantadas na Osvaldo Aranha foi uma das sugestões apresentadas em audiência pública. Encontro foi realizado na noite de terça-feira, na Câmara de Vereadores. A ideia foi do engenheiro agrônomo, Clóvis Schwertner. Segundo ele, após a concretização do grupo, em 20 ou 30 dias é possível chegar a alguma solução.
Na sua opinião, a questão precisa ser solucionada com argumentos técnicos e com planejamento. “é o que não ocorreu há 20 anos. Precisamos deixar a emoção de lado e trabalhar com a razão.”
No entanto, observa que as tipuanas precisam ser preservadas e não cortadas, pois, hoje, representam aspecto cultural, social, ambiental e econômico para o município. Atualmente, define que a arborização urbana é indispensável e tema de trabalhos do Ensino Superior como mestrados e doutorados. Ainda sugeriu que se trouxesse para Venâncio o profissional da área, Lair Angelo Ferreira, para discutir a questão.
Demais pessoas que atuam em diferentes setores e no poder público também puderam manisfestar sugestões em relação ao assunto. Representantes de entidades, instituições, vereadores, assim como a comunidade em geral, acompanharam as discussões.
O secretário municipal da Agricultura e do Meio Ambiente, Fernando Heissler, lembrou que o assunto é tratado com cuidado há alguns anos, e não se tem autorizado a retirada das tipuanas. Mas, em alguns pontos é permitida a substituição das árvores. Também citou o encaminhamento de um novo Plano de Arborização que é estudado para as quadras da região central na Osvaldo Aranha. Conforme Heissler, as árvores devem ser mantidas desde que a solução não atinja fatores ambientais. “é preciso preservar. Entendemos que a questão é muito mais que uma árvore.”
A audiência foi uma proposta da Comissão de Agricultura, Meio Ambiente, Obras e Serviços do Poder Legislativo. O presidente José Cândido Faleiro Neto (PT) comentou a sugestão de uma comissão especial sugerida por Schwertner e acredita que se está em um bom caminho para a solução. Mostrou um levantamento fotográfico realizado no município. Disse que no Acesso Dona Leopoldina, onde também estão plantadas as árvores, é um local apropriado devido ao espaço. Na região, não são visíveis as raízes superficiais.
Vereador José Ademar Melchior (PMDB) afirmou que o legislativo fará a sua parte no que for melhor para a população. “Não vi ninguém, praticamente, contra, mas querem que haja solução.”
Manifestações
– Giovane Wickert: vice-prefeito falou da padronização das calçadas. Segundo ele, seria necessário uma concretagem, entre um metro e um metro e meio, para que a raiz vá para baixo, não atinja os estabelecimentos e para que não se espalhe pelo passeio público. Citou que, para a obra, são necessários recursos.- Celso Kramer: vereador do PTB é contrário ao corte das tipuanas. Acredita que há mecanismos sem prejudicar o meio ambiente. Disse que as árvores são patrimônio do município. “Cabe sim um estudo. Dá para imaginar Venâncio Aires sem as tipuanas?”- Leo Bülow: empresário trouxe dados sobre arborização e falou de aspectos socioeconômicos, ambientais e florestais das árvores. Afirmou que, se as tipuanas forem cortadas, haverá mudança no clima, que ocasionará na diminuição no movimento dos bares e estabelecimentos. Disse que é necessário avaliar a substituição a longo prazo.- Claudio Diettrich: representante do Lions Clube Venâncio Aires Centro mostrou fotografias de árvores nos Estados Unidos e países europeus e criticou as calçadas irregulares no município. Questionou a responsabilidade, caso alguém cair e se machucar.- Claudiomar da Silva: presidente da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva) sugeriu encaminhamento de projeto ao Ministério das Cidades, para melhorar a região central do município, para melhorar as calçadas e para o turismo. “A tipuana, não tem como ceifar.”- Eduardo Gener Pinheiro Medeiros: major, disse que, quando assumiu o comando do Corpo de Bombeiros, há alguns anos, as tipuanas lá plantadas eram pequenas. Hoje, impedem que sejam colocadas grades, em parte do terreno. Também disse que a poda ideal é necessária para não causar problemas. Mas, lembrou da importância para o meio ambiente.- Daniel Poletti: leu um texto que fala da necessidade da preservação e cuidados com as tipuanas. “Precisamos solucionar a questão e que não seja prejudicada a vida dos seres vivos.”- Lineo Mayer Felten: servidor público aposentado, sugeriu que os cabos de telefonia e de luz sejam colocados no subsolo e não mais em postes. Segundo ele, os fios podem atrapalhar crescimento das tipuanas e fazer com que se desenvolvam de forma irregular.- Rosângela Cantú: professora, falou em defesa das árvores, afirmando que outras espécies foram cortadas em Venâncio Aires, em diferentes locais. “Não sei o motivo, mas se retirarem as tipuanas vão banalizar a retirada das outras.”- Ibtesam Hamid: moradora da Osvaldo Aranha, observou que se busca uma solução desde 2009. Sugeriu a substituição por outras árvores. “Não dá para conviver com uma coisa que não está dando certo.”- Giuliano Valduga: advogado que representou o médico Flávio Seibt, que foi uma das pessoas que levantou a questão, falou sobre as rachadura nos prédios que seriam causadas pela raiz das árvores. Frisou que também prejudica a rede elétrica, esgoto e calçamento. Também questionou a responsabilidade em caso de acidentes com pedestres.- Dieferson Umbelina: funcionário público, citou a responsabilidade dos órgãos. E sugeriu que as árvores que representam riscos sejam retiradas. As demais, mantidas.- Paula Roberta Pereira e Vitória Silva Marquetto: lembraram dos pontos aspectos positivos que as árvores proporcionam. Paula acredita que as rachaduras existem em outros locais, não somente da Osvaldo Aranha.- Fábio Vilela: biólogo de Porto Alegre, questionou se as pessoas sabiam das consequências quando foram plantadas.- Maurício Lucas: fundador da página ‘SOS TipuanasÂ’ no ‘FacebookÂ’, disse o que o fato que colabora com as rachaduras são os lençóis freáticos que há no município. Também falou que em bairros de São Paulo há muitas plantações de tipuanas. Comentou a construção de calçadas de pneu reciclado, como ocorre nos Estados Unidos. Segundo ele, os problemas respiratórios que foram levantados não são provocados pelas tipuanas.- Júlia Soares Demeterko: empresária que possui estabelecimento na Osvaldo Aranha, disse que teria que ser realizada uma substituição aos poucos. “São bonitas, mas achamos que atrapalham.”