A eficiência do Sistema único de Saúde (SUS) seguidamente está em debate, seja nas rodas de conversas ou nos noticiários. Nas últimas semanas os atendimentos pelo maior plano de saúde do Brasil esteve nas manchetes, especialmente com o fechamento de emergências em hospitais filantrópicos, que alegam falta de recursos repassados pelo Governo Federal. Entre tantos problemas, o sistema de saúde brasileiro tem sido referência em atendimentos de alta complexidade. Qual a realidade do sistema de saúde público em Venâncio Aires?
A proposta de garantir atendimento de saúde, gratuito e universal tem grandes desafios 25 anos após o seu surgimento. De um lado há a carência de médicos em muitas regiões, a distribuição irregular dos profissionais em seu território e a falta ou inadequação da estrutura de atendimento em diversas unidades, do outro tem o mérito de ser o único país com mais de 100 milhões de habitantes que assumiu o compromisso de contar com um sistema universal, integral, igualitário e gratuito de saúde.
Em uma escala de 0 a 10, o brasileiro dá nota 5,4 à saúde pública, de acordo com o índice de Desempenho do SUS (IDSUS), elaborado pelo Ministério da Saúde em 2012. Em Venâncio Aires o índice está na faixa laranja, entre 4 e 4,99.
Para o prefeito Airton Artus, o diretor administrativo do Hospital São Sebastião Mártir, Gilberto Gobbi e a Secretária Estadual da Saúde, Sandra Fagundes, a nota atual para o sistema seria 7. Para os gestores, a avaliação é positiva e não há atualmente outro sistema que contemplaria toda a população brasileira, da forma que o SUS faz.
Apesar disso, as notícias de filas de espera por leitos ou o fechamento de pronto atendimentos, movimentam cidades. Recentemente, Santas Casas em São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre, anunciaram dívidas milionárias. O motivo? Os diretores das unidade alegam a defasagem da tabela para procedimentos via sistema único.
Situação fianceira Gobbi, afirma que a gestão de recursos ainda é um desafio a ser superado, especialmente porque os valores repassados pelo Governo Federal para os serviços unitários de saúde não são reajustados há mais de 10 anos. Por outro lado, as contas do HSSM estão sob controle, com condições inclusive para pequenos investimentos. “Com a contratualização fazemos um orçamento geral de todos os nossos serviços, dividindo os custos. Não utilizamos a tabala SUS, porém, se os valores fossem corrigidos poderíamos ter condições financeiros diferentes, especialmente em hospitais menores.”Como forma de amenizar a escassez de recursos, o Governo Estadual, juntamente com a prefeitura, tem aumentado a participação no caixa da casa de saúde. “O hospital vive cada mês economizando para manter todos os serviços. é preciso controle de despesas para permitir o funcionamento de todos os setores.”Conforme Gobbi, crises como as registradas recentemente em instituições filantrópicas em outros estados não irão atingir o hospital venâncio-airense. Com tudo, pondera, afirmando que o controle rígido das contas é fundamental para evitar graves problemas financeiros. “Na saúde pública cada dia é diferente de outro. Do jeito que estamos atualmente não vamos sofrer com uma crise financeira, mas precisamos manter um controle rígido para manter as operações de forma adequada.”Capacidade Atualmente o Hospital São Sebastião Mártir firma convênio com a prefeitura de Venâncio Aires, e outros três municípios, para atendimentos de urgência e internação. No total são 137 leitos incluindo os de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). São 95 para atendimento via SUS, e o restante é para utilização em planos de saúde e convênios.Segundo Gobbi, o maior gargalo dos atendimentos está na média complexidade, especialmente em casos de internação, que são o maior volume de serviços. Se por um lado, o SUS é referência em procedimentos de alta complexidade, como cirurgias cardíacas ou tratamentos de câncer, por outro, as emergências e internações ainda são o desafio. Pensando nisso, se aliou aos serviços oferecidos no município a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) 24 horas, no bairro Cruzeiro.Confira a reportagem completa no flip ou edição impressa deste fim de semana