As dificuldades financeiras enfrentadas pelo Estado do Rio Grande do Sul e Município de Venâncio Aires foram os assuntos mais comentados pelos parlamentares durante a sessão da Câmara de segunda-feira, 28. Sem projetos para votar, os poucos vereadores que utilizaram os espaços de comunicações elegeram o tema das finanças estaduais e municipais como prioritário. E, logicamente, houve muitas divergências.
Quem ‘puxou’ o assunto foi a pedetista Ana Cláudia do Amaral Teixeira, que defendeu o ‘pacote’ do governador José Ivo Sartori (PMDB) para a chamada ‘refundação do Estado’, anunciado na semana passada. Segundo ela, as medidas propostas, “se não são 100% do que o Rio Grande do Sul precisa, pelo menos são um começo no enfrentamento da crise”. Ana disse que considera alguns dos pontos do ‘pacote’ “questionáveis”, mas que aprova a maior parte das propostas, pois no seu entendimento deixam em xeque, por exemplo, “mordomias como aposentadorias especiais”. “é a minha posição”, complementou.
Em resposta, José Cândido Faleiro Neto (PT) falou que não concorda com as ações propostas pelo Governo do Estado. Para ele, “não podemos pregar o discurso do Estado mínimo, pois teremos uma crise de eficiência dos serviços públicos”. O petista declarou ainda que, ao invés do parcelamento dos salários dos servidores e tentativa de corte de direitos dos trabalhadores, o governador deveria discutir as regalias dos poderes Judiciário e Executivo. “O Governo Sartori ganhou a eleição sem proposta. As grandes empresas continuam isentas de impostos e essas medidas não salvam o nosso Estado. Esse gringo safado vem iludindo a população e maltratando o servidor público”, disparou o parlamentar.
CONTRA-ATAQUE – Cândido foi sucedido na tribuna por Helena da Rosa, que não poupou críticas ao pronunciamento do colega, ela que é filiada ao mesmo partido de Sartori, o PMDB. “Cândido, não sei em que Estado tu está morando. Não foi o Sartori que deixou o Estado assim, pois ele cortou 20% dos CCs e reduziu nove secretarias. é apenas um mensageiro de más notícias e que está pensando no funcionalismo e na população”, discursou. Para a peemedebista, o governador está demonstrando que tem coragem para buscar alternativas que possam recuperar o Rio Grande do Sul. “Ele sequer está pensando em uma reeleição, pois sabe que este tipo de iniciativa prejudica politicamente. Alguém tinha que fazer isso”, argumentou.
VENâNCIO AIRES – Telmo Kist (PSD) foi o primeiro a trazer o assunto das finanças municipais para o centro do debate. Ele repercutiu a notícia de que o déficit projetado para 2017 seria de R$ 13 milhões – a notícia havia sido divulgada pelos meios de comunicação durante o dia – e alertou que o valor era equivalente a três folhas de pagamento. “São três meses sem cobertura, sem contar que para investimentos sobra quase nada”, analisou. O parlamentar sugeriu que, em razão da crise, o próximo governo priorize a garantia de serviços básicos à população. “Precisamos de foco na qualidade e agilidade”, defendeu o vereador.
Pela base governista, Jarbas da Rosa (PDT) respondeu dizendo que não concorda com uma caça às bruxas. Conforme ele, “a crise econômica está no mundo inteiro e, se ficarmos querendo botar culpa em A ou B, não vamos chegar a lugar algum”. Para o parlamentar, “a culpa é da sociedade como um todo e cada um deve fazer sua parte, de forma direta ou indireta, para que o conjunto supere estas dificuldades”.