Thedy Corrêa é música e literatura. Thedy é um pouco dos dois. Thedy se apaixonou por Feiras do Livro ainda na infância, na época em que frequentava a Feira do Livro de Porto Alegre. No entanto, o que talvez ele não imaginava quando era apenas um leitor dos seus escritores preferidos é que, um dia, seria o anfitrião principal de um evento literário.
Patrono da 20ª Feira do Livro de Venâncio Aires, o porto-alegrense é vocalista da banda gaúcha Nenhum de Nós. Com mais de 30 anos de carreira na música, Thedy expandiu e deixou que seu amor pela escrita o dominasse. Foi dessa forma também que ele começou a ser agraciado com o convite para ser o homenageado por diversas feiras. Não é a primeira vez que vem à Capital Nacional do Chimarrão, mas confessa: “Já tenho essa relação com Venâncio. A Nenhum já tocou várias vezes aí e eu estou mais próximo, agora, por meio da literatura.”
Thedy Corrêa estará na feira no sábado, 24, com a banda Nenhum de Nós. O grupo de rock gaúcho sobre ao Palco Unisc, a partir das 21h. A apresentação tem entrada gratuita, no entanto, a Comissão Organizadora solicita, se possível, que seja levado um quilo de alimento não perecível que será destinado ao Programa Mesa Brasil para repassa as doações para entidades venâncio-airenses.
Já no domingo, 25, ocorre a Roda de Debates Literária, a partir das 16h, com a participação de jornalistas da região e do público presente. A conversa será mediada pela jornalista e coordenadora de Comunicação Social e Marketing da Prefeitura de Venâncio Aires, Adriene Antunes.
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Folha do Mate – Quando decidiu se dedicar, também, à literatura?
Thedy Corrêa – Desde sempre eu fui um apaixonado pela literatura e música. Eram duas áreas que eu gostava, então sempre tive o sonho de escrever e fazer parte deste mundo. Isso está muito associado à Feira do Livro de Porto Alegre. Quando eu era jovem/criança adorava ir para a Feira do Livro e aquilo ali equivalia a ir para à Disney. Quando eu cresci fui desenvolvendo minha escrita, meu texto e eu sabia que em algum momento ia começar a trabalhar nesse mundo literário.
O que significa ser patrono da feira de Venâncio?
Primeiro que foi uma honra muito grande. Sou um novato no mundo da literatura e ser convidado para ser patrono é algo que me deixa muito feliz. Imagino que isso esteja relacionado ao trabalho que eu faço de levar o público da música para dentro dos eventos literários. Isso me deixa feliz pois, de certa maneira, é um reconhecimento pelo trabalho.
Como é unir música e literatura na feira?
Juntar as duas coisas e levar a Nenhum de Nós para tocar aí, faz com que a feira tenha também um momento musical. Somos uma banda que tem e sempre teve a questão da literatura presente. Então, é uma coisa que não destoa porque sempre misturamos literatura com a música. Para nós vai ser muito legal essa apresentação.
Fale sobre o uso do financiamento coletivo em sua nova obra.
A obra Imersão foi construída dentro do financiamento coletivo. Queríamos começar a mobilizar o público bem mais cedo ao invés de esperar o livro sair. Divulgar o projeto de financiamento faz com que o público já comece a se envolver cedo com a história. Essa ideia do financiamento também é para mostrar a abordagem de uma nova literatura e do jeito que as coisas estão sendo feitas. O mercado literário está um pouco em crise, então é preciso inovar. É preciso ter muita dedicação para lançar uma obra.
OBRAS
- A primeira obra lançada foi ‘Bruto’, em 2006. Uma reunião dos poemas, entre elas, algumas letras de músicas da Nenhum de Nós.
- O segundo livro, ‘Astro-Ajuda’, foi lançado em 2010. Ele reúne contos e alguns textos publicados em seu blog.
- Em 2016 lançou ‘O Segredo da Floresta’, composição com histórias em quadrinhos para o público infanto-juvenil. Agora, em 2019, lança Imersão.