“Nós podemos ser heróis, apenas por um dia…”. O trecho da música ‘Heroes’ de David Bowie mostra o que ele foi: um herói, uma lenda, um mito, um artista nato, um músico único que marcou gerações e uma cultura por décadas. Em 10 de janeiro de 2016, fãs receberam a notícia que não imaginavam e não esperavam para tão cedo. O cantor faleceu, aos 69 anos, após uma longa luta contra o câncer.

O último álbum chamado de ‘Blackstar’ lançado dois dias antes de sua morte, parece que foi um aviso, uma premonição. Na canção ‘Lazarus’, há um trecho que diz o seguinte: ‘olhe aqui para cima, estou no céu’.

O jornalista e fã Rodrigo Kämpf, ao ouvir o novo álbum, chegou a conclusão que as músicas seriam um ponto de partida para uma nova fase do artista. “Pensei que fosse uma fase genial, como tantas que ele teve. Imaginei que poderia representar até quem sabe um retorno aos palcos, novos discos e, como sempre, uma baita influência para outros artistas e para mim mesmo.”

No entanto, dias depois chegou a triste notícia. “Ele ter morrido depois me causou uma tristeza enorme. Mesmo assim, vejo que foi o melhor jeito possível que Bowie poderia deixar este mundo. Com um disco genial, com uma carreira impecável e com um legado eterno.”  Rodrigo passou a conhecer o trabalho de David Bowie ainda na infância, por influência do pai que também é fã. Na adolescência, é que o gosto pela obra do artista ganhou força.

Foto: Divulgação / InternetDavid Bowie faleceu aos 69 anos
David Bowie faleceu aos 69 anos

“Ele era um estranho e cantava para os estranhos. Como eu sentia não me enquadrar naquilo que era considerado normal na sociedade, encontrei na música dele uma força para não desistir. Para acreditar em mim e seguir em frente.” O jornalista também destaca, além das músicas, os personagens criados por Bowie para os discos. Ele cantou e tocou estilos como Rock, Pop, Glam Rock, Art Rock e Blue-eyed Soul.

“Posso dizer que ele foi a trilha sonora para muitos momentos bons e muitos momentos difíceis da minha adolescência, me inspirando de uma forma única. Parece que cada vez que eu ouço um álbum dele, independente da fase, eu o escuto de uma maneira diferente.” Entre as músicas favoritas de Rodrigo, está ‘Heroes’, canção que fala de dois namorados que se encontram no Muro de Berlim. “é um ‘felling’ absurdo essa canção. Foi uma das primeiras a me conquistar quando eu era criança.”

Na opinião de Rodrigo, uma das grandes marcas que Bowie deixou como artista foi a questão da inovação e quebras de paradigmas na sociedade. “O mais importante mesmo foi essa ideia que ele passava de que é normal ser estranho. Ele sempre quis fazer diferente e valorizava o que e quem era diferente. E isso que eu sempre achei mais incrível. Mas claro, tem a marca na música que é inegável.”

David Bowie não morreu e nunca vai morrer para mim              Rodrigo Kämpf, jornalista