O presidente da Comissão Especial do Impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF) conseguiu fechar um acordo com os líderes dos partidos para delimitar prazo para manifestações sobre parecer do relatório de Jovair Arantes (PTB-GO). A reunião que iniciou às 15h e poderá se estender até, no máximos, às 3h da madrugada deste sábado será a única oportunidade para os 133 deputados inscritos se manifestarem sobre o documento.

Foto: Antônio Cruz / Agência BrasilDepois de quatro dias de reuniões com líderes Rosso conseguiu firmar um acordo.
Depois de quatro dias de reuniões com líderes Rosso conseguiu firmar um acordo.

Pelo Regimento da Câmara, cada um dos 130 integrantes da comissão (65 titulares e 65 suplentes) tem direito de se pronunciar durante 15 minutos. Os que não integram o colegiado podem falar durante 10 minutos.O relatório entra em votação na segunda-feira, na sessão prevista para iniciar às 10h e que pode demorar cinco horas. O processo começa com a manifestação de líderes, que têm 15 minutos de fala, seguida pelas orientações de bancada e encaminhamentos, o que pode levar de quatro a cinco horas. Segundo Rosso, ao final dos debates será concedido um tempo para que um representante da Advogacia Geral da União faça a defesa da presidente Dilma. Após essa etapa, o colegiado votará o relatório apresentado por Arantes. Ao todo, 65 parlamentares votam – se o titular não estiver presente, o suplente pode votar no lugar.O presidente da Comissão rejeitou reclamação feita por deputados governistas que apontaram abordagem de temas no parecer que não fazem parte da denúncia contra a presidente Dilma, como as pedaladas de 2014.O resultado da votação será lido na próxima sessão ordinária do plenário da Câmara, o que deve ocorrer na terça-feira (12), para que seja publicado no Diário da Casa no dia seguinte. Quarenta e oito horas depois, o parecer entra na Ordem do Dia da Casa para ser discutido e votado pelos 513 deputados. Qualquer decisão, precisa de dois terços dos votos.

Assista discussão do parecer AO VIVO

60% dos deputados são favoráveis ao impeachmentUm levantamento feito pelo Datafolha entre os dias 21 de março e 7 de abril aponta que 60% dos deputados votarão a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Plenário da Câmara dos Deputados. Para o processo ter continuidade e seguir para o Senado será necessário que 67% dos parlamentares votem favoráveis a abertura do processo, totalizando 342 votos para ter continuidade.Segundo o Datafolha, 21% dos parlamentares são contra o impeachment de Dilma. Para a presidente permanecer no cargo ela precisará que 172 não votem pelo processo. As projeções do instituto foram feitas levando em consideração 513 votantes, já que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que também votará. A pesquisa aponta que 18% dos deputados ainda estão indecisos.