Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do MateSisp efetuou a drenagem com canalização na estrada nas imediações do acesso à Peva
Sisp efetuou a drenagem com canalização na estrada nas imediações do acesso à Peva

O período de chuvas prolongado entre meados do mês de maio e início de junho acarretou em sérios transtornos nas estradas do interior, comprometendo a trafegabilidade. Além disso, também provocou perdas em algumas culturas de verão, como o milho e soja safrinha, hortifrutigranjeiros, redução na produção de leite e perda de peso do gado de corte. Conforme laudo elaborado pelo escritório municipal da Emater/RS-Ascar, as perdas na agricultura somam mais de R$ 3,7 milhões.

Os estragos causados nas estradas, pelo excesso de chuvas, tem gerado uma série de reclamações por parte dos usuários, que cobram a recuperação. Segundo o vice-prefeito Celso Krämer, a municipalidade não parou com a recuperação das estradas e, mesmo durante todo o período, praticamente todas as máquinas da Prefeitura trabalharam normalmente. As chuvas ocasionaram muitos borrachudos nas estradas do interior, como na estrada de Linha Sapé, defronte o cemitério, onde foram retiradas sete cargas de material podre e colocadas sete cargas de rachão. Krämer vistoriou praticamente todas as estradas do interior e constatou que as da região da serra estão em boas condições de trafegabilidade pois não foram tão atingidas.

Krämer reconhece que há um problema muito sério na região de Linha Palmital, que é uma situação antiga e ele garante que esta semana serão intensificados os trabalhos na localidade, pois o excesso de chuvas impossibilitou os trabalhos.

Barro Branco

Outro ponto crítico, segundo Krämer, é a região do Barro Branco. Para resolver esta situação são necessárias quatro mil cargas de material, sendo que já foram colocadas em torno de três mil cargas. “É uma região muita plana, as valetas estão com muita água, o material das estradas apodreceu e elas concentram um trânsito muito pesado. Além disso, esta região concentra muitos produtores de tabaco, de soja, de milho e por lá transitam caminhões e carretas pesadas e praticamente todos os produtores têm trator tracionado”, salienta. O vice-prefeito observa que perdeu-se a base das estradas pois, há anos não foi feito um trabalho de manutenção, como por exemplo, a colocação de rachão. “Liberamos a pedreira de Linha São João e a partir de hoje, o britador estará funcionando naquela pedreira, onde temos material em abundância”, anuncia.

Força-tarefa

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp) concentra uma força-tarefa na entrada da Penitenciária Estadual de Venâncio Aires (Peva), onde na sexta-feira drenou a área, canalizou e ontem iniciou o levante da estrada. Sendo assim foi possível resolver a situação da estrada por onde passam centenas de pessoas por mês, que visitam os apenados.

Krämer observa que os pontos mais críticos são o segundo e nono distritos e é ali que está concentrada uma das forças-tarefas. “Desde que abrimos as capatazias, praticamente não paramos de consertar as estradas destes dois distritos. As demais capatazias igualmente trabalham de forma intensa nas melhorias das estradas. Muito já fizemos, mas ainda tem muito a fazer.”

Decreto

O vice-prefeito Celso Krämer confirma que até sexta-feira, 23, a Administração Municipal decretará estado de emergência em Venâncio Aires. O decreto contemplará três pontes no interior que estão em estado crítico: uma se localiza em Arroio do Leite e está desmoronada; uma fica sobre o arroio Grande, em Linha Grande, e está inclinada e; uma terceira, em Itaipava das Flores, que está trincada.

Operação tapa-buraco

Estava programada para se iniciar ontem, mas começará hoje, a operação tapa-buraco na estrada que liga Linha Travessa a Vila Palanque, numa parceria entre o Município e a unidade do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), de Lajeado. Segundo informado pelo secretário municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos Renato Gollmann, a operação não se iniciou na segunda-feira pois o órgão estava auxiliando na recuperação de uma estrada que liga os municípios de São Jerônimo e Charqueadas. Secretário Renato Gollmann recebeu a promessa de que o Daer iniciará hoje, sem falta, esta operação.

Perdas na agricultura somam mais de 3,7 milhões

O Município contabiliza perdas muito acentuadas na agricultura e conforme o laudo elaborado pelo escritório municipal da Emater/RS-Ascar, os prejuízos somam mais de R$ 3,7 milhões. São perdas parciais do milho e da soja safrinha, hortifrutigranjeiros, leite em função das pastagens que perderam a qualidade e perda de peso do gado de corte.

Além disso, outras culturas como o aipim e a perda de mudas de tabaco ocasionada pela falta de sol, também foram registradas. “Não podemos deixar os produtores desassistidos, pois muitos têm financiamentos para estas culturas e vamos decretar esta situação de emergência por diversas situações, além das estradas, cuja recuperação está sendo feita, porém, isto demanda um maior gasto de combustível, mais material”, pontua o vice-prefeito, Celso Krämer.

Fundo de Garantia

Krämer acrescenta que muitos trabalhadores da região de Vila Mariante e de Vila Estância Nova, por não terem conseguido acessar as estradas durante o período chuvoso, não conseguiram se dirigir ao trabalho e por isso, a Administração Municipal também solicitará a liberação de uma parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). “Não registramos perdas tão acentuadas como os municípios da região do Alto Uruguai, mas tivemos perdas sim, e elas precisam ser relatadas. Esperamos ter êxito com o nosso decreto, pois não podemos ficar omissos. Se vamos conseguir, vai ser outra história, pois precisamos colocar a verdadeira situação de Venâncio Aires, o que está acontecendo aqui para a Defesa Civil e ver se teremos retorno”, observa. Krämer recorda que na primeira movimentação feita pela municipalidade por ocasião da outra chuvarada, o governo municipal logrou êxito pois conseguiu trazer um trator de esteira do estado que está recuperando o acesso às propriedades na região do terceiro distrito, mais precisamente nas localidades de Paredão Pires e Linha Marmeleiro. “Perdas que somam quase R$ 4 milhões são significativas.”

Outra preocupação é o arroio Castelhano, que está assoreado e a cada chuva mais forte, transborda e alaga os ribeirinhos. Por isso, o vice-prefeito defende a necessidade de novamente desassoreá-lo. 

O município tem prazo de 12 dias após o incidente para encaminhar o decreto que segundo Kramer, está sendo elaborado minuciosamente para que não haja erros e o município não vir a ser prejudicado por isso. “Tem várias situações que precisam ser contempladas no decreto”, argumenta.