O presidente da Assembleia Legislativa (AL) gaúcha, deputado Edson Brum (PMDB) afirmou ontem que pedirá à Ouvidoria da Casa um levantamento sobre como “apertar o cerco” ou aperfeiçoar a fiscalização sobre o sistema de uso de combustível pelos parlamentares. Ele informou ainda que remeteria também nesta segunda-feira à Comissão de ética da AL denúncia veiculada no programa Fantástico.

Na reportagem, o deputado Diógenes Basegio (PDT) é acusado de ficar com parte do salário de CCs. A mesma matéria colocou em suspeita o esquema de indenização por uso de carro particular em serviço aos parlamentares. Cada deputado tem direito a utilizar o equivalente a até 32 mil quilômetros a cada quatro meses como cota de combustível, em até três veículos por gabinete.

Esse consumo é controlado por meio do odômetro, verificado mensalmente pela Assembleia, que paga R$ 0,86 por quilômetro rodado. Se o parlamentar não utilizar a cota ao final dos quatro meses, ele perde o direito a esse valor do período. Na reportagem, o mesmo ex-chefe de gabinete de Basegio, Neuromar Gatto, que o acusou de ficar com parte dos vencimentos, mostra que haveria um esquema para aumentar a quilometragem indicada no odômetro.

O jornal não conseguiu contato com Neuromar.

RESPONSáVEIS

Durante coletiva no final da manhã de ontem, Edson Brum disse que logo a partir do primeiro momento da investigação, que já estava em curso pelo Ministério Público desde maio do ano passado e é feita também peloTribunal de Contas, a AL esteve aberta a ajudar. “A Casa está totalmente aberta para qualquer esclarecimento, qualquer busca de informação”, assegurou.

Atualmente, cada parlamentar é responsável pelo gabinete e também pela cota de combustível. “A única verba indenizatória é a veicular”, explicou. Para o reembolso, é feito um relatório. Esse sistema é utilizado porque a AL não fornece veículos aos parlamentares, como ocorre em outras casas legislativas no País. Atualmente, cada deputado pode trabalhar com um mínimo de nove e máximo de 17 assessores, obedecendo a um limite de gasto.