Foto: Cristiano Wildner / Folha do MateCaso a rodovia não receba os investimentos necessários para duplicação, em seis anos ela pode entrar em colapso
Caso a rodovia não receba os investimentos necessários para duplicação, em seis anos ela pode entrar em colapso

Uma grande mobilização empresarial é preparada para quinta-feira, 2 de agosto, em Santa Cruz do Sul, para garantir a duplicação da RSC-287. Entidades empresarias do Vale do Rio Pardo e Região Central estão únem forças para garantir o compromisso dos candidatos e pré-candidatos ao Palácio Piratini. As primeiras medidas efetivas de duplicação da rodovia foram feitas no município vizinho, mas a intenção é de que esse processo não pare, informa um dos líderes desse movimento, Lucas Rubinger, presidente da Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz do Sul.

A principal preocupação das entidades empresariais para essa mobilização está baseada em estudo apresentado pelo Governo do Rio Grande do Sul, a partir do Plano Estadual de Logística e Transportes (Pelt). Segundo o documento, para evitar o colapso do trecho Tabaí–Santa Cruz é preciso que a duplicação ocorra até 2024. Enquanto que do trecho entre Santa Cruz–Santa Maria o prazo é maior: a duplicação precisa estar concluída até 2039. Para o estudo foram considerados dados atuais de tráfego, segurança e perspectivas de crescimento da movimentação.

“Precisamos da garantia dos candidatos ao Governo do Estado de que a duplicação irá continuar. Já que o Estado não tem capacidade para concretizar a obra, queremos a garantia de que o próximo governo lance nos 100 primeiros dias da nova gestão o edital de concessão para iniciativa privada”, diz Rubinger. Atualmente, dos 72 quilômetros da rodovia, apenas trecho de 4,2 quilômetros é duplicado, em Santa Cruz do Sul. A obra junto com o viaduto Fritz e Frida foi inaugurada em junho deste ano e custou mais de R$ 27,5 milhões.

O presidente da ACI Santa Cruz do Sul avalia que o pior trecho em termos de conservação está localizado entre o trevo de Venâncio Aires até o limite com Bom Retiro do Sul, enquanto que o trecho mais caótico fica da entrada principal da Capital do Chimarrão até Santa Cruz. A RSC-287 é a principal ligação entre a região Metropolitana com o Vale do Rio Pardo, Centro-Serra, Central e Quarta Colônia. Cerca de meio milhão de pessoas passam pela RSC-287 todos os dias.

O FÓRUM

Rubinger diz que no dia do fórum será lançada uma grande campanha de marketing e publicitária. O evento será coordenado pela equipe da Associação Santa Cruz Novos Rumos (Ascnor) e será realizado na sede da Associação das Entidades Empresariais de Santa Cruz do Sul (Assemp), a partir das 9h, que fica na Rua Coronel Oscar Jost, 1.571, Centro de Santa Cruz. “Vamos criar um grupo de trabalho para alcançarmos nosso objetivo”. A Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva) participará com comitiva no evento.

INVESTIMENTOS X RECEITA

Segundo a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), em junho, passaram 330 mil veículos pelo pedágio de Vila Arlindo, em Venâncio Aires. Segundo a autarquia estadual, a previsão de receita de pedágio neste ano – levando em consideração as duas praças da rodovia, a segunda fica em Candelária – é de R$ 21.687.838. Enquanto que para o próximo ano a receita de pedágio deve fechar o ano em R$ 22.121.588. Com isso, mantendo as tarifas atuais, seria necessário apenas manter os 72,030 quilômetros da pista, sem garantir a efetiva duplicação.

CRIAÇÃO DA TERCEIRA FAIXA

Ainda segundo a EGR, atualmente para conseguir atender demandas existentes por exemplo no Pelt serão transformados determinados trechos do acostamento em terceira vias. Contudo, até o momento existe apenas o plano. A efetivação desse projeto ainda depende de estudos complementares. Caso apostasse na efetiva duplicação da rodovia entre Tabaí e Santa Cruz seria necessário investir R$ 591 milhões. A mesma obra entre Santa Cruz e Santa Maria passaria de R$ 1 bilhão.

Para garantir efetivação das obras de duplicação, o Governo já sinalizou, no entanto, que pretende conceder a rodovia à iniciativa privada. Pelo Pelt a região foi posta na chamada “rota 1”, que compreende a Região Metropolitana, o Litoral Norte e a linha que vai do Vale do Sinos até a Fronteira Oeste. Contudo, questões burocráticas atrasaram a finalização do estudo que dará as condições da negociação. O prazo inicial era apresentar o plano em maio, depois passou para junho e agora está indefinido o lançamento do processo licitatório.

MOBILIZAÇÃO

O Vale do Rio Pardo reivindica desde 2016 que o controle da RSC-287 passe da EGR para uma concessionária privada, enquanto que na região Central a mobilização começou em fins de 2017. Apenas em Santa Maria, a Câmara de Comércio e Indústria (Cacism) conseguiu o apoio de 12 entidades co-irmãs a favor do pleito. Da região de Cachoeira do Sul também estão confirmados a participação de empresários e políticos.