Evitar que a cheia do arroio Castelhano provoque novas enchentes em Venâncio Aires é um desafio do poder público municipal, há anos. Embora o Município tenha firmado, em 20 de fevereiro, convênio com o Estado para ceder uma draga para desassorear o arroio, o equipamento que solucionaria o problema, pelo menos, em curto prazo, ainda não chegou no município. Em épocas de chuvas fortes, o nível o arroio eleva e acaba inundando a conhecida cidade baixa.

Para entrar em funcionamento, a máquina precisa ser consertada. Esse motivo, somado à falta de mão de obra para operá-la, vem atrasando a vinda da draga, que desde janeiro está parada no município de Lindolfo Collor.

Conforme o prefeito Airton Artus, na quarta-feira, 10, uma equipe liderada pelo secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisp), esteve averiguando ‘in locoÂ’ a máquina.  Sobre o equipamento, Artus disse que tem peças amarradas com pano e o acionamento do motor se dá com o auxílio de estopim, pois o óleo diesel precisa de alta combustão para a explosão. Um levantamento preliminar aponta que seria necessário um investimento de R$ 45 mil para o conserto, mais R$ 17 mil para contratar mão de obra especializada. “Há riscos desse valor ser maior ainda. Risco de ruptura de várias peças”, afirma.

Diante do entrave, o chefe do Executivo se convidou para participar de uma reunião na Câmara de Vereadores, na segunda-feira, 15, à tarde, para discutir a melhor saída. “Vou explicar a situação e perguntar, se caso der prejuízo, quem vai pagar.” Na sessão ordinária desta semana, os vereadores do PTB, Celso Krämer e Arnildo Camara  – que articularam o convênio com o secretário estadual de Obras, Luiz Carlos Busato – cobraram respostas do Município. A líder de governo, Ana Cláudia do Amaral Teixeira (PDT), chegou a adiantar a situação, dizendo que a prefeitura precisaria avaliar para “não receber um presente grego.”

CONVêNIO PODE SER ROMPIDO

Artus não descartou a possibilidade de “rasgar” o convênio firmado com Estado e disse que a prefeitura estuda alternativas mais baratas, entre elas, contratar uma empresa privada para realizar o mesmo serviço.

Chefe da Divisão de Apoio Operacional aos Municípios, da Secretaria Estadual de Obras Pública, Irrigação e Desenvolvimento Urbano, Guido Bamberg confirmou que a draga, a única no estado para esse serviço, necessita de reparos mecânicos. Segundo ele, a despesa do conserto, assim como do operador, deve ser arcado pela prefeitura, em contrapartida do empréstimo.

Fabricada em 1976, o equipamento é disputado por diversos municípios do Estado, que assim como Venâncio, também sofrem com as enxurradas. “é uma máquina de muito tempo de uso, mas mesmo antiga, é a ideal para desassorear o Castelhano”, garantiu Bamberg. Segundo o representante do governo estadual, só depende de o Município avaliar se vai ou não fazer o conserto, para a draga ser transportada para a Capital do Chimarrão.

Pedido parte da comunidade

 

Se o convênio for mantido, a draga deve ser utilizada para o trabalho de limpeza e desassoreamento do arroio Castelhano. A limpeza foi solicitada em audiência pública realizada em abril de 2012, por moradores dos bairros Artus, Morsch, União, Battisti, que são os mais atingidos. A preocupação levou o líder comunitário, Jair Pocahy, a comandar um abaixo-assinado, desde o ano passado, que reúne quase mil assinaturas, pedindo providências do governo municipal. Conforme o morador do bairro União, a ideia é juntar a documentação e entregar a autoridades estaduais.