A crise econômica no país está afetando indústrias e diversos setores do mercado. Devido a ela, empresas estão demitindo um grande número de funcionários para conseguirem se manter.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Venâncio Aires, Adolfo da Rosa, nesse setor, todas as empresas demitiram funcionários. De janeiro até o momento, foram 317 demissões e já existem outras previstas no setor, as quais serão feitas aos poucos. Segundo Adolfo, a explicação dada pelas empresas é justamente a crise econômica. “O problema é a compra da mercadoria, pois as empresas fabricam, algumas estocam os produtos e não conseguem vender tudo, então não encontram outra forma de pagar o trabalhador e acabam demitindo”, explica.Em busca de emprego, haitianos chegam ao BrasilPara lidar com essa situação, empresários buscam aumentar o mix de produtos e procuram compradores, o que também está difícil. “Tem a própria inadimplência nessa área. As empresas estão até com dificuldades de receber aquilo que devem receber”, observa.Adolfo acrescenta: “O problema será de agora em diante, pois todos os produtos estão estocados e se as empresas não venderem eles até fim de junho, haverá a chance de ocorrer um número ainda maior de demissões.”Na avaliação do presidente, até o momento, esta foi a pior crise, pois os proprietários não têm expectativas sobre as vendas.

Para o presidente da Associação dos Economistas do Vale do Taquari, (Assevat), Carlos Giasson, já existiram crises piores. O problema está no fato de que o povo brasileiro vem de um grande crescimento econômico e como há tanto tempo não está acostumado a conviver com inflação e desemprego, se assusta com isso.

A empresa precisa ser mais produtiva e enxuta para poder passar o período de crise, até mesmo buscar mercados alternativos

FATORESOs fatores que levaram a isso são os mais variados, entre eles, a questão cambial, pois, segundo ele, a indústria perdeu bastante competitividade nos últimos anos, principalmente pela questão do dólar baixo; a crise internacional afetou nas exportações; outros países passaram a comprar menos do Brasil; a balança comercial ficou desfavorável e além dos brasileiros importarem mais produtos, foram vendidos menos para o exterior. “Isso acaba prejudicando a economia, então temos que procurar outros meios para fazer o país crescer”, observa. Para o economista, o clima de incerteza e insegurança em relação à economia faz com que as pessoas e empresas fiquem mais cautelosas em relação a investimentos. Por exemplo, se a pessoa tem uma perspectiva de se manter no emprego, não se importará em comprar um carro novo ou outros móveis, pois está segura de que a economia está indo bem. Agora, se tem alguma dúvida quanto ao futuro, a pessoa já retrai a iniciativa de comprar, consumir, investir e gastar. “Com as empresas ocorre da mesma forma, porque se não têm certeza de que a economia não vai bem, já não abrem uma nova filial, não fazem tantos investimentos. Tem toda uma questão comportamental e as pessoas trabalham com receio em relação ao futuro”, explica Giasson.

 

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