Durante a reunião da Regional Sindical do Vale do Rio Pardo e Baixo Jacuí, realizada na terça-feira, 2, no Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Santa Cruz do Sul, os dirigentes sindicais decidiram encaminhar uma Moção de Repúdio ao presidente da Republica e à Câmara dos Deputados e Senadores. A moção é referente ao Decreto Presidencial, que oficializou o salário mínimo nacional em R$ 954.
Na moção, os dirigentes salientam que o Presidente da República, Michel Temer, não respeitou a votação da Câmara dos Deputados e do Senado Nacional, que aprovou o valor do salário mínimo nacional em R$ 965. Os dirigentes esperam que Temer reveja a assinatura do decreto, pois a classe trabalhadora não merece um aumento de somente R$ 17, tendo em vista que 2017 foi um ano com aumento acima do previsto na energia elétrica, nos combustíveis e nos impostos. Os dirigentes reiteram ainda que quanto menor o salário mínimo, maior será a redução no repasse da contribuição para a Previdência Social, e, consequentemente, menores os investimentos nas áreas básicas da sociedade, como a saúde, educação, segurança e políticas públicas sociais.
Coordenação
Durante a reunião foi realizada a eleição e posse da nova coordenação regional. O presidente do STR de Santa Cruz do Sul, Renato Goerck, foi reeleito como coordenador; como tesoureiro, foi eleito o presidente do STR de Cerro Branco Augusto Priebe; e, como secretária foi eleita a secretária do STR de Venâncio Aires, Sandra Helena Wagner.
Além da escolha da nova coordenação regional, houve a participação do deputado federal Heitor Schuch (PSB/RS) que, mesmo em recesso parlamentar, está trabalhando as questões que envolvem a agricultura familiar. O deputado fez um breve relato dos trabalhos realizados no ano de 2017 e comparou esse ano com o ano de 1992, oportunidade em que o Movimento Sindical saiu às ruas e conseguiu que o Governo Federal, de fato, passasse a pagar a aposentadoria rural, conforma havia sido aprovado na Constituinte de 1988. A diferença para o ano de 2017 é que o movimento sindical gaúcho, liderado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag/RS) e os seus Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, foram às ruas para lutar pela manutenção dos direitos conquistados em 1988. Segundo Schuch, as mobilizações em Santa Cruz do Sul e Santa Rosa, mais as moções de apelo enviadas pelas Câmaras de Vereadores de todo o estado, somadas às visitas incisivas de lideranças gaúchas aos gabinetes de deputados e senadores, foram determinantes para que a Reforma da Previdência não fosse votada.
Agricultura familiar
Schuch comemorou o trabalho realizado pela Frente Parlamentar da Agricultura Familiar, na qual o deputado é presidente e que conseguiu sensibilizar o Governo Federal e assim garantir os recursos necessários para continuação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Isto é muito importante pois garante a alimentação de famílias carentes e também, a produção de alimentos e a garantia de venda dos produtos por parte dos agricultores familiares”, observou. Porém, em contrapartida, Schuch alertou que diminuirão recursos para outros programas, como o da Alimentação Escolar, Fortalecimento da Agricultura Familiar, Habitação Rural e Crédito Fundiário.