Neste domingo, 14, é comemorado no Brasil, o dia da comunidade muçulmana. Esta parcela da população registrou crescimento nos últimos anos. O percentual alcançou 29% em 10 anos. O Rio Grande do Sul figura entre os estados brasileiros que mais recebem muçulmanos. Venâncio Aires conta com membros da comunidade desde 1969.
Com crises internas nos maiores países muçulmanos, na região do Oriente Médio, muitos cidadãos migraram para outras partes do mundo. Na mala carregaram suas tradições, religião e culturas. Esta realidade também é verificada em Venâncio Aires, onde a comunidade começou surgir no final da década de 60.
O aumento do número de muçulmanos no país também pode ter ocorrido por várias razões, como nascimentos, conversões, migrações e até uma melhoria na captação de informações pelo próprio Censo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Muçulmanos são pessoas que seguem o islamismo. Se traduz na paz, pureza, aceitação, compromisso, submissão a um único Deus. A religião muçulmana é monoteísta. Em árabe Allah significa Deus. Khaled Hamid, 76 anos, e Ribhia Saleh, 61 anos, são adeptos da religião. Ela veio da Palestina para o Brasil em novembro de 1969 e ele chegou anos antes, em 1959. Casaram-se e tiveram seis filhos, três homens e três mulheres. Ribhia conta que o dia sagrado e especial para a religião Muçulmana é na sexta-feira. Neste dia, os que seguem a religião costumam rezar cinco vezes por dia dividida entre manhã, tarde e noite.
Conforme ela, há cinco pilares principais da religião. Entre eles, está a peregrinação para Mecca e o Hamadan que é uma vez ao ano. No Hamadan, não há mês exato, mas é por 30 dias. A cada ano é dez dias adiantados do último. Neste período, o muçulmano se abstém de ingerir qualquer alimento, líquido ou sólido, diariamente, do nascer ao pôr do sol. Não há data fixa de início por questão lunar.
Ribhia lembra que, em 2014, foi de 29 de junho até 30 de julho. Depois disso vem o Natal. “Respeitamos todas as religiões. Temos que ter fé, porque senão a gente não vive e a vida não tem graça.” Assim como a esposa, Khaled também destaca a importância da fé.
O casal aprecia morar no Brasil. “O Brasil é civilizado e educado. Respeito muito o país.”, observa Khaled. “Gosto de morar aqui e acostumei com o pessoal. A gente gosta muito do povo.”Eles estiveram na Palestina para passear e visitar parentes de junho até setembro. Estiveram perto de Jerusalém. Ribhia recorda que a viagem foi satisfatória, apesar dos conflitos no Oriente Médio. “A gente escutava tudo perto de casa. Mas, ficamos bem.”
Confira a reportagem completa no flip ou edição impressa deste fim de semana.