O vereador Eduardo Kappel, o Duda (PP), confirmou nesta sexta-feira, 22, a exoneração do assessor parlamentar Vitor Leandro de Freitas, de 20 anos, que foi preso na última terça-feira, 19, em sua casa, no bairro Cidade Alta, com uma pistola, um revólver, munição, seringas, comprimidos e grande quantidade de anabolizantes.
A Operação Barbeiro, deflagrada em Venâncio Aires e Lajeado pelo Ministério Público (MP), resultou em outras duas detenções na Capital do Chimarrão: também foram presos o investigador José Roberto Fagundes das Chagas, de 59 anos, acusado de acobertar criminosos e vender informações sigilosas, e Luís Cálvio Ferreira, o Zé Colmeia, de 48 anos, que era investigado por tráfico de drogas.
Eduardo Kappel afirma que, embora seu assessor não tenha sido julgado até o momento, o fato de estar recluso impede que cumpra o horário de expediente da Câmara de Vereadores, o que o levou a decidir pelo afastamento. Para o lugar de Freitas, o progressista chamou Alexandre Nicolai, que segundo o parlamentar “é um jovem que está entrando agora para a política e vai se filiar ao PP em breve”. O novo assessor já está em atividade, garantiu o vereador.
Na próxima semana, Kappel, que afirma ter procuração para defender Freitas, deve entrar na Justiça com um pedido de habeas corpus para o cliente. “Ele é réu primário, trabalha e tem residência fixa, o que no meu entendimento vai até facilitar a soltura”, justifica. O vereador não descarta devolver ao assessor o cargo que exercia até ser preso esta semana. “Se ele não for condenado, pode voltar sim. Só que sabemos que um julgamento de mérito leva um bom tempo”, pondera.
IGAM – A decisão de Duda Kappel de exonerar o assessor parlamentar vai poupar esforço do presidente do Legislativo, José Ademar Melchior, o Zecão (PMDB), que declarou também nesta sexta-feira que estava à espera de um retorno do Instituto Gamma de Assessoria a órgãos Públicos (IGAM) para saber sobre a possibilidade jurídica de pedir a exoneração do servidor. Em entrevista à Folha do Mate, Zecão disse também que esperava de Kappel justamente a atitude tomada pelo colega de Legislativo.
Perguntado se a situação causou constrangimento para a Câmara, o presidente respondeu que, no seu entendimento, o prejuízo é todo do vereador para o qual o envolvido prestava serviços. Já Eduardo Kappel afirma que a repercussão não foi tão negativa e que o assessor, por ser jovem, acabou seduzido “por uma situação séria e pela qual terá que responder”.