Venâncio Aires conta, hoje, com oito capatazias que, basicamente, têm a responsabilidade de manter as estradas do interior e acessos às propriedades em condições. O cenário econômico desfavorável e a frequente necessidade de conserto nos maquinários, porém, têm inviabilizado até mesmo que estes setores cumpram suas tarefas básicas. Basta ver que, em recente levantamento publicado pela Folha do Mate, com exclusividade, a Administração foi mal avaliada no quesito ‘estradas do interior’, com o percentual de 36,3% dos 400 entrevistados classificando a situação como ‘péssima’. Outros 33,8% cravaram um ‘ruim’.
Muito em razão do desaparelhamento e da falta de fôlego das capatazias, a criação de subprefeituras nos distritos é pauta recorrente, em especial, na Câmara de Vereadores. Raramente o tema passa em branco em uma sessão. Nos últimos encontros, os vereadores têm trazido o assunto para o centro do debate, evidenciando que o planejamento dos pré-candidatos já anunciados à Prefeitura contemplará o tema. Mas, e eles, os pré-candidatos, o que pensam sobre a instalação de subprefeituras? é viável, em tempos de escassez de recursos e projeção de mais dificuldades, implementar estes projetos?
CESAR SCHUMACHER
Pré-candidato do PT ao Executivo, Cesar Schumacher afirma que a possibilidade de implementação de subprefeituras é debatido com frequência nas reuniões do partido. Para ele, “é ponto crucial para a promoção da descentralização do poder”. Embora afirme que o assunto é prioridade, o petista diz também que a transição de capatazia para subprefeitura deve ser feito “com os pés no chão”, a partir dos distritos mais distantes da sede, como Palanque, Deodoro e Mariante. Conforme Schumacher, a pessoa que assumir a função de subprefeito “terá maior empoderamento, inclusive com a liberdade para deliberar sobre situações mais urgentes, especialmente”. O pré-candidato argumenta, todavia, que as subprefeituras precisarão ser estruturadas para cumprirem seu objetivo de resolver demandas destas comunidades.
GIOVANE WICKERT
Giovane Wickert, pré-candidato do PSB à Prefeitura, também entende que o planejamento é válido, mas ressalta que é imprudente, neste momento, prometer a instalação das subprefeituras. De acordo com ele, “o ideal seria implementar este projeto, mas não quero ser leviano ao ponto de afirmar que isso vai acontecer em um passe de mágica”. Wickert salienta que as capatazias, que funcionam com uma estrutura menor do que a necessária para uma subprefeitura, já não dão conta das demandas do interior. “Para chegarmos a um quadro interessante, primeiro temos de estruturar melhor as nossas capatazias, disponibilizar mais máquinas e oferecer mais serviços. Depois, podemos evoluir para as subprefeituras”, avalia, acrescentando que os primeiros distritos beneficiados seriam Vila Teresinha, Deodoro e Mariante.
JARBAS DA ROSA
Para o pré-candidato do PDT, Jarbas da Rosa, a implementação das subprefeituras será prioridade. Ele diz que defende o tema há dois anos, na Câmara, e, apesar de saber que a estrutura – em relação às capatazias – terá de ser fortalecida, “o retorno com a prestação de serviços compensará eventuais custos adicionais”. Conforme o pedetista, a perfil para a função de subprefeito é de uma pessoa com habilidade para analisar a questão macro dos distritos, em todas as áreas. “Será os olhos, os ouvidos e a mão do prefeito nos distritos, se socorrendo das secretarias municipais quando as demandas que forem verificadas estiverem fora de suas possibilidades”, avalia. A implementação iniciará com um projeto-piloto, afirma Jarbas, e aos poucos será ampliada. “é a forma de valorizar as comunidades”, defende o pré-candidato.
VINíCIUS MEDEIROS
Vinícius Medeiros, o nome do PSDB para a disputa da eleição majoritária, concorda que o assunto é de extrema importância e, caso viabilizadas, as subprefeituras seriam fundamentais para dar maior celeridade aos pedidos específicos de cada distrito. O tucano, entretanto, revela preocupação com o “inchaço da máquina pública”. De acordo com ele, “essas iniciativas certamente reforçam o vínculo com o interior, mas penso que uma subprefeitura precisa de uma maior envergadura e, atualmente, o indicativo é de enxugamento de recursos humanos e contenção de despesas”. Medeiros afirma que, inicialmente, a intenção é o controle das contas públicas e garantia de serviços básicos à população. “Uma melhor estruturação é importante, mas isso não pode onerar ainda mais os cofres públicos”, finaliza o tucano.
