Colocar proteína na mesa está cada vez mais caro. Depois da alta da carne bovina, que teve acréscimo de mais de 100% em um ano, agora o frango começa a ter o preço elevado, mês a mês. No levantamento mensal feito pela Folha do Mate – a coleta dos preços foi realizada em três supermercados do município, na segunda-feira, 2 -, a carne de frango, tipo galinhão, ficou com média de R$ 10,24 o quilo. O preço é 19,4% maior do que o registrado no mês de julho, quando custava R$ 8,57.
Já na comparação com o mês de agosto de 2020, a diferença corresponde a 58,2%, já que no ano passado a média do quilo era de R$ 6,47. A alteração no preço é visível nos últimos meses, principalmente porque em janeiro o preço médio do quilo era de R$ 6,83, quase 50% a menos que neste mês.
Presidente da Cooperativa Languiru, Dirceu Bayer explica que a alta do preços da carne de frango se dá em virtude do alto custo de produção. Os insumos necessários para produção e processamento estão mais caros desde o ano passado. “Para se ter uma ideia, o milho dobrou de preço. Aumentou muito o custo de produção e, por muito tempo, não foi repassado ao consumidor”, diz. Ele destaca que os custos com insumos subiram muito e as empresas acumulam prejuízos do primeiro semestre deste ano. A projeção é que no segundo semestre as indústrias tentem reaver um pouco das perdas dos primeiros seis meses.
Bayer prevê que a alta ainda pode ser maior pela falta de abastecimento de milho no país, que tinha grande parte da produção no Mato Grosso do Sul e Paraná, estados que neste ano tiveram a safra prejudicada em virtude das condições climáticas. “Temos produção, mas não o suficiente para abastecer todo o país. Com isso, é necessário importar o milho de fora para o abastecimento, o que também eleva o custo”, reforça.
PESQUISA
Nos demais itens pesquisados na lista de compras de agosto, houve um acréscimo significativo no preço médio da batata, que passou de R$ 2,72 em julho para R$ 3,69 em agosto, um incremento de 35,6% de um mês para outro. Possivelmente pelos mesmos motivos da alta no preço do frango, os ovos também sofreram acréscimo de 33,2%. O valor médio da dúzia passou de R$ 5,39 para R$ 7,18 em agosto.
A queda mais significativa corresponde a 15,18% no no preço médio do arroz, que passou de R$ 9,18 para R$ 7,97 o pacote com dois quilos. De maneira geral, o valor para adquirir os 38 itens da lista de compras teve queda de 1,19% na comparação com o mês anterior, já que o preço médio foi de R$ 348,63 em agosto e, em julho, a média tinha ficado em R$ 352,80. Já a diferença dos preços praticados entre os supermercados corresponde a 9,91% do valor mais baixo ao mais elevado. No supermercado A, o valor total ficou em R$ 340,80; R$ 369,19 foi o total no B; e o preço chegou a R$ 335,90 no C.
Quem nota a diferença dos preços são os consumidores. Moradora de Vila Santa Emília, Romilda Wagner, 77 anos, afirma que compra muito pouco nos supermercados da cidade e não tem o costume de procurar por promoções, como muitas pessoas fazem.
Ela conta que vez ou outra aproveita a saída de casa para levar itens mais difíceis de se encontrar, mas que gosta de comprar no mercado dos seus vizinhos, que fica na localidade que mora. “Temos sorte de ter mercado perto, por isso gosto sempre de comprar lá para ajudar”, comenta.
Alguns itens ela tem na propriedade da família e não precisa adquirir, já que o filho também planta milho. O leite também é produção da propriedade e, além disso, ela faz queijos coloniais para vender.
Leia mais: