As projeções da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) indicam que o movimento de vendas para o Dia das Crianças em 2025 deve ficar levemente abaixo do registrado no ano passado. A avaliação considera fatores como o encarecimento do crédito, a cautela dos consumidores e a base elevada de comparação de 2024, quando a data foi marcada por forte retomada do consumo. Apesar disso, o mercado de trabalho segue estável e a massa salarial mantém crescimento, o que tende a sustentar um nível razoável de atividade para o comércio gaúcho.
No Vale do Rio Pardo, a expectativa é de um comportamento mais equilibrado. A avaliação do Sindicato do Comércio Varejista de Santa Cruz do Sul e Região (Sindilojas-VRP) é de que a retração projetada no Estado pode ser minimizada na região, onde o relacionamento próximo entre lojistas e consumidores e o hábito de compra em estabelecimentos locais ainda exercem influência importante. Estratégias como promoções específicas, parcelamentos facilitados e ações de marketing voltadas às famílias podem garantir um desempenho estável, mesmo diante de um cenário econômico mais restritivo.
Conforme o presidente do Sindilojas-VRP, Mauro Spode, o momento exige criatividade e atenção às demandas do público. “O consumidor está mais seletivo, mas não deixou de valorizar o ato de presentear. Cabe ao comércio criar estímulos e experiências de compra que despertem esse desejo, com condições acessíveis e atendimento diferenciado”, avalia. Spode destaca que, mesmo sem expectativa de crescimento expressivo, o Dia das Crianças continua sendo uma das principais datas para o setor, especialmente no segmento de brinquedos, vestuário e eletrônicos.
A entidade reforça que o desempenho regional dependerá do engajamento do varejo em manter vitrines atrativas, divulgar promoções e aproveitar o apelo emocional da data. Spode observa que o novo varejo tem se adaptado rapidamente, combinando estratégias híbridas de venda, que unem o ambiente físico e o digital para ampliar o alcance das campanhas e fortalecer a relação com o cliente. “Hoje o consumidor pesquisa online, mas quer ser bem atendido na loja. Essa integração entre o presencial e o digital é o que garante competitividade, fideliza e gera novas oportunidades de negócio”, completa o presidente. Segundo ele, essa capacidade de inovação é o que permitirá que o comércio regional mantenha resultados estáveis e preserve a vitalidade do setor, mesmo em um cenário de desaceleração econômica.