Confira o editorial da Folha do Mate, publicado na edição impressa deste fim de semana:
Suja, queimada, rasgada. Em meio a manifestações – todas legítimas -, desconfigurada e desconcertada. Assim está a bandeira nacional brasileira. Assim está o nosso país. O lema que consta na nossa verde e amarela, há tempos, não é mais ordem e progresso. Nesses últimos dias, principalmente, o brasileiro está, sobretudo, envergonhado pela crise política que acomete o país. Independente do partido ou ideologia política, uma coisa é certa: todos estão descontentes com a situação. Onde vamos chegar, onde tudo isso vai parar, são perguntas frequentes e, ainda, sem respostas.
O Brasil atravessa um difícil momento de crise política, institucional e ética. Até quem não gosta de política não escapa, seja das notícias a cada instante, ou das consequências de um país que está de cabeça para baixo. Um país que não está acompanhando, apenas, os gritos das ruas, mas assistindo a um combate entre políticos e juristas. As últimas horas escreveram uma verdadeira guerra judicial marcada por cassações e apresentações de liminares para suspender ou permitir a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Casa Civil.
Mira da operação Lava Jato, a maior investigação de corrupção da história do Brasil, Lula, ao lado da presidente Dilma, foi o centro das atenções dos poderes instituídos: Judiciário, Executivo e Legislativo, nesta semana. Soma-se, nesta lista, a imprensa, que embora não seja um dos poderes, está tendo o papel de acompanhar, registrar e informar os brasileiros destes episódios que, logo, logo, vão editar novos capítulos dos livros da história brasileira.
é por isso que cabe aos veículos de comunicação, neste momento, também usarem deste título de ‘quarto poder’ para ajudar a nação a achar ou apontar um caminho de ordem e cobrar por ela, democraticamente. A situação chegou em um momento tão hostil, que até os próprios políticos estão desenganados. A economia parou, a população está confusa, perdida. A própria Constituição brasileira mostra suas falhas neste momento que, talvez seja o que mais precisamos de seus artigos e incisos.
Ao encontro desta tarefa, a Associação de Diários do Interior (ADI), que, por meio de um artigo assinado pelo presidente Jones Alei da Silva (leia aqui) e publicado nos 18 jornais associados, ‘clama’ por estabilidade política, social e econômica.
é mais que chegada a hora de arrumar a ‘casa’, fazer uma faxina no Brasil. é tempo de punir quem errou, seja do partido que for e quantos forem. é preciso recomeçar se for preciso, mas a ordem deve prevalecer. Para isso, cabe aos juízes, políticos e cidadãos comuns usufruírem da lei, que é soberana e não está acima de nada. A Constituição Federal deve ser cumprida e a governabilidade garantida.
A falta desses dois processos, neste momento, são provas do quanto ainda somos inexperientes com a democracia. São apenas 30 anos. é essa falha que leva os políticos a mancharem nossa bandeira, nosso país, nossa nação. A falta da participação da sociedade é o que justifica o principal calcanhar de Aquiles: a vocação para a corrupção.
é preciso manter pulso firme, somar forças para combater os corruptos e virar a página. Fazer valer a ética, a moral.
é preciso fazer o certo e para isso, há apenas um caminho: a verdade. Esta é a resposta que o Brasil espera, seja qual for, doa a quem doer.
é preciso ordem, para progredir.