Depois do juiz Rinez Trindade afirmar vontade de lançar nome para concorrer a deputado nas eleições de 2014, quem manifesta vontade de buscar uma vaga na Assembleia Legislativa é o seu irmão, o vereador Eduardo Kappel (PP).
Eduardo, que nas eleições de 2006 concorreu a deputado federal pelo PSDB obtendo 13.338 votos, anunciou durante pronunciamento na tribuna da Câmara, na segunda-feira, 8, que vai colocar seu nome à disposição do PP.
Na última semana, durante encontro regional do partido, em Santa Cruz do Sul, Kappel esteve com o deputado estadual Mano Changes, que confirmou que irá concorrer a federal e busca uma dobradinha em Venâncio Aires. Conforme Kappel, no encontro foi acordado que o PP de Santa Cruz indicará candidato a deputado federal e que Venâncio lançará nome para concorrer ao parlamento gaúcho. O partido tem a senadora Ana Amélia Lemos como pré-candidata a governadora.
Para o vereador, a situação favorece a Capital do Chimarrão, que além de ter a oportunidade de formar dobradinha, conta com apoio regional. “Tenho vontade de concorrer, quero ajudar meu município e se depender do PP, Venâncio, nesta eleição, terá candidato”, afirmou.
Quanto a Rinez, o juiz de Direito afirmou à reportagem, no mês passado, que pretende se filiar a um partido em junho, quando se aposenta. Mesmo confirmando as afinidades com o PP, não garantiu se vai se filiar a este partido, mas disse que foi o partido que lhe convidou até o momento. Também não tinha definido se concorreria a deputado estadual ou federal.
Além de Rinez e Eduardo, o vereador Cekso Krämer (PTB) também confirmou interesse de concorrer a deputado. O vice-prefeito, Giovane Wickert (PT), ficou de avaliar, até mês que vem, se vai ou não concorrer no pleito de 2014.
Vereadores defendem união da comunidade
O anseio de eleger um deputado para Venâncio Aires vem sendo discutido na Câmara de Vereadores, nos últimos dois meses. Nesta semana, os vereadores defenderam a ideia de que é preciso contar com a união da comunidade, para garantir uma cadeira de um representante do município.
Gerson Ruppenthal (PDT), se mostrou preocupado, pois “muitos nomes estão se criando mais uma vez.” Disse que se surgirem cinco, seis candidatos novamente, os 50 mil votos dos eleitores de Venâncio não serão suficientes para eleger um parlamentar. “Minha opinião é colocar todos nomes dentro de qualquer recipiente e o nome tirado todo mundo apoia”, disse.
Celso Krämer (PTB) destacou que no último pleito, em 2010, 27 mil votos de eleitores de Venâncio foram para candidatos de fora do município. “A responsabilidade está em cima do nossos eleitores e dos cabos eleitorais que trabalham para candidatos de fora de Venâncio Aires.” Conforme o presidente da Câmara, Telmo Kist (PDT), hoje um deputado tem direito a 25 assessores e, na campanha política, os candidatos não se afastam. “Continuam ganhando diárias para viagens no interior e gasolina. E se é da base de governo tem 50 indicações dentro do governo que vão ser seus cabos eleitorais”, ressaltou. Segundo ele, isso dificulta um candidato do interior a conquistar uma vaga no parlamento. “Se não tiver uma união verdadeira da comunidade, dificilmente Venâncio vai conseguir eleger um deputado.” José Cândido Faleiro Neto (PT) observou que os partidos têm interesses e defendeu a indicação de candidatos preparados. “Mas os partidos não sonhem que vão se unir em torno de um candidato, que isso a gente sabe que não vai acontecer na prática.”