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O VIII Fórum Internacional e XII Fórum Nacional de Educação de Venâncio Aires encerra neste sábado, 16, após quatro dias de reflexão sobre a influência da saúde do aluno e professor no processo de aprendizagem.

Palestrante, consultor organizacional e especialista em desenvolvimento das Competências de Liderança e Preparação de Equipes, Eduardo Shinyashiki será o responsável pelo fechamento do evento com a conferência ‘Motivando o ser: um caminho para a saúde, a qualidade de vida e longevidade’, que se inicia às 8h30min. O credenciamento dos participantes começa às 8h.

Segundo informações do site do palestrante, Shinyashiki se especializou em Desenvolvimento Humano nos Estados Unidos, Europa, América do Sul, México e índia. Tem uma trajetória acadêmica dedicada ao estudo e à pesquisa dos aspectos emocionais, mentais e físicos do ser humano e, como resultado, desenvolveu palestras e treinamentos aplicados em campos diferenciados como Educação, Comunicação, Liderança, Motivação, Desenvolvimento Humano e Organizacional.

Realiza palestras, congressos e treinamentos no Brasil e na Europa desde 1983. Também colabora periodicamente com artigos para revistas e jornais e é autor dos livros ‘Viva como Você Quer Viver’, ‘A Vida é um Milagre’ e ‘Transforme seus Sonhos em Vida’.

Em entrevista, destaca que o foco da palestra será refletir sobre a necessidade de haver sentido, significado e direção na vida. “A palestra vai começar com um convite a nós fazermos uma reflexão sobre o que estamos fazendo com o nosso talento, com o nosso brilho e com a nossa competência, principalmente, para transformar os nossos objetivos, o nosso projeto de vida em realidade”, ressalta.

 

Entrevista

Folha do Mate – Que tipo de postura é necessária para nos tornarmos indivíduos motivados?

Eduardo Shinyashiki – A postura é a de quem escolhe colocar a sua atenção naquilo que se deseja, nas soluções, nos objetivos, no resultado que se deseja. A postura é de quem vai dedicar um tempo para definir qual é o seu projeto de vida. Nesse momento, nós tornamos claro para onde queremos levar o nosso talento, a nossa competência, a nossa vida. E qual é a realidade que eu quero construir para mim e para as pessoas importantes da minha vida. […] Tem pessoas que vão passar a vida com a postura de que são o problema e é nesse momento que a pessoa vai se tornando amarga, ressentida e aí ela não faz a diferença nem para si e nem para os outros. O que faz com que a nossa vida seja uma vida motivada é ter sentido para acordar todos os dias, é ter um significado de ‘pra que’ e ‘para quem’ eu estou me levantando hoje. é como um professor que, quando levanta, sabe que vai tocar a vida de muita crianças e jovens e fortalecer o futuro de cada um.

Como aliar a correria da vida contemporânea com qualidade de vida?

Muitas vezes essa correria da vida começa muito mais dentro da nossa mente. Então, é como se internamente nós estivéssemos correndo muito mais, pela pressão que nós criamos dentro de nós, pela autocrítica, pela autoexigência, por essa cobrança que nós vamos fazendo de que nós não podemos ficar parados. Um exemplo que eu dou é do cachorro correndo atrás da roda do carro. Corre, corre, corre e quando o carro para, ele não sabe o que fazer com a roda. Muitas vezes, parece que viver não é importante, parece que a coisa mais importante é fazer, fazer, fazer. Essa correria pode ser diminuída a partir do momento que eu faço a reflexão: qualidade de vida ou vida com qualidade? Isto é, a qualidade de vida costuma ser medida pela casa, pelo carro e o bens que se possui, mas o ponto é: e a vida está com qualidade? E os relacionamentos estão com qualidade? E o amor? E o afeto? E o carinho? E a alegria? E a diversão? Em alguns momentos, nós começamos a correr e vamos nos distanciando de ter uma vida com qualidade. Parece que nós estamos correndo para ter qualidade de vida, para ter tudo o que o dinheiro pode comprar e, às vezes, nós nos esquecemos de que uma vida com qualidade é repleta de coisas que o dinheiro não consegue comprar.

Qual o caminho para os educadores contribuírem para a formação de uma juventude mais saudável?

Eu costumo dizer que quando a porta da sala de aula se fecha só existem dois modelos pedagógicos. Quando o professor está de mal com ele mesmo, o que vai rolar lá dentro da sala de aula é a pedagogia do oprimido. Parece que naquele espaço o que vai acontecer é um espaço de opressão, onde não se confia, um espaço onde não há entrega, um espaço onde não tem diversão, parece que há sempre uma pressão interna, uma cobrança, uma exigência. Agora, quando aquela porta se fecha e o professor está de bem com ele mesmo, com a sua vida, o que vai acontecer é o modelo da pedagogia da liberdade. O educador vai querer que cada um dos seus alunos sejam tão livres quanto eles são. é nesse momento em que essas crianças e esses jovens, realmente, vão ter um convite para viver uma plenitude, o sentido do livre-arbítrio. Todos nós somos livres para escolher o que vai acontecer na nossa vida, que é uma sucessão de escolhas. Escolha de postura, de atitude, de emoção, de humor, de modo como lidamos com as nossas emoções, de fortalecer a nossa autoconfiança, de fortalecer a nossa autoestima, de fortalecer a nossa inteligência emocional e competências socioemocionais. Quando o educador estiver fazendo isso consigo mesmo, com a sua vida, com toda a certeza, ele vai ser um mestre na pedagogia da liberdade. Ele vai, realmente, conduzir essa juventude para uma juventude que tenha sentido, significado e direção e uma juventude que tenha sentido, significado e direção não se perde em nenhum outro caminho. é nesse momento que essa juventude descobre que a vida, realmente, é muito mais que as adversidades, de que eles são muito mais.