Como escolas de Venâncio estão se organizando para manter as aulas remotas em junho

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O ensino a distância se tornou, neste ano, uma nova realidade para instituições públicas e particulares que antes trabalhavam com atividades presenciais. A adoção das aulas remotas foi necessária em razão da pandemia do novo coronavírus e tem como objetivo preservar a saúde da comunidade escolar. Nesta semana, o governador Eduardo Leite anunciou que as aulas presenciais nas redes públicas e particulares seguem suspensas durante o mês de junho e por essa razão as atividades devem continuar a acontecer de forma remota.

Na rede municipal, as aulas programadas para o ensino fundamental, educação infantil (pré A e pré B) e Educação para Jovens e Adultos (EJA) iniciaram neste mês e conforme a secretária municipal de Educação, Alice Theis, seguem no mesmo formato em junho. A pasta adotou duas maneiras de garantir o acesso aos conteúdos para os alunos: um por meio da tecnologia e o outro através da retirada de atividades impressas nas escolas.

Avaliação do ensino remoto

Segundo Alice, 68,1% dos estudantes da rede municipal, levando em consideração o ensino fundamental, a educação infantil e o EJA, estão realizando as atividades a partir do uso de tecnologias, como o WhatsApp, o Classroom e o YouTube, e 25,8% retiram material impresso nas escolas. Pelo mesmo levantamento, a Secretaria de Educação constatou que contabilizando essas três modalidades de ensino, 93,9% dos alunos estão sendo alcançados de alguma forma. Se forem considerados apenas os alunos do ensino fundamental e da educação infantil, o percentual aumenta para 95,4%.

“Na educação infantil e no ensino fundamental estamos maravilhados”, destaca Alice. De acordo com ela, a equipe da Secretaria de Educação está muito feliz em ver o empenho, o esforço, a dedicação e a criatividade de todos os professores da rede municipal ao prepararem e enviarem as aulas aos estudantes. Outro ponto que a secretária destaca é o empenho das famílias em ajudar e motivar os estudantes a realizarem as tarefas. “Percebemos que elas têm feito desse um momento muito especial de estar junto com o filho fazendo a atividade”, observa.

Alice ainda reforça que as equipes diretivas e pedagógicas estão desenvolvendo um trabalho muito importante de controle nominal dos alunos que não recebem o material, para que no retorno das aulas presenciais seja feito um trabalho especial com esses estudantes. Além disso, de acordo com a secretária de Educação, quando as aulas presenciais voltarem a acontecer será feito um diagnóstico para avaliar a aprendizagem dos alunos nesse período de ensino à distância e verificar quais assuntos precisarão ser revistos pelos professores.

Aulas programadas na rede municipal

Conforme levantamento realizado pela Secretaria Municipal de Educação, dos cerca de 860 alunos da educação infantil (pré A e pré B), 93,2% estão tendo acesso às atividades de forma remota. Nos anos iniciais, a média de estudantes é 1.650 e 96,6% estão sendo alcançados. Já nos anos finais do ensino fundamental, que tem em média 1.550 alunos, 97,3% estão sendo atingidos pelas aulas programadas.

Ambientação digital nas escolas estaduais

As escolas estaduais localizadas em Venâncio Aires também seguirão o modelo de ensino remoto. Segundo o coordenador regional de Educação, Luiz Ricardo Pinho de Moura, o mês de junho será de ambientação digital para os professores, pois eles passarão por um período de formação, que ele também chama de letramento digital. Essas ações buscarão capacitar os docentes para a preparação de aulas remotas, com o objetivo de já introduzir o modelo híbrido, que mescla atividades presenciais e virtuais. Essa nova forma de lecionar será colocada em prática em julho.

Moura ainda explica que na quinta-feira, 28, foi realizada uma webconferência com os diretores das escolas para repassar orientações a eles. A partir desse encontro virtual, ficou definido que de 1º a 3 de junho os professores planejarão as aulas para encaminhá-las aos alunos tanto no formato digital quanto no impresso, conforme as possibilidades de cada instituição de ensino. Além disso, na primeira semana do mês as escolas receberão as atividades realizadas pelos estudantes em março e abril e distribuirão novas tarefas. A ambientação digital para os professores ocorrerá de 1º a 13 e de 15 a 27 de junho os professores passarão por um novo período de formação voltado à preparação das aulas remotas.

Paralelo a essas ações, a 6ª Coordenadoria Regional de Educação realizará uma pesquisa junto aos alunos, professores e à gestão das escolas para levantar as possibilidades de cada um deles em relação a equipamentos tecnológicos e acesso à internet.

Grupos de risco na rede estadual

Em entrevista ao programa Terra em Meia Hora, da rádio Terra FM, na quinta-feira, 28, Luiz Ricardo Pinho de Moura repassou dados referentes a um levantamento feitos junto às escolas estaduais da região. A pesquisa apontou que dos 35 mil alunos atendidos pelo Estado, 5,2 mil integram o grupo de risco da Covid-19; dos 3 mil professores, 700 estão nesse grupo e dos 872 funcionários, 241 são considerados do grupo de risco.

IFSul

  • No Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) campus Venâncio Aires as aulas permanecerão suspensas até o dia 3 de julho. Segundo o diretor da instituição, Cristian Oliveira da Conceição o instituto não mudará a postura em relação a não realização de aulas a distância para estudantes da modalidade presencial.
  • A decisão leva em consideração dados obtidos por meio de levantamento feito junto aos estudantes. “Fazer o retorno EAD com os dados que temos não seria inclusivo”, avalia Conceição. O diretor ainda observa que os professores estão mantendo contato com os alunos e enviando atividades, contudo elas não serão utilizadas para avaliação de notas ou como dia letivo.
  • Ainda de acordo com ele, a instituição já está trabalhando num plano de retorno gradual e organizando as atividades para quando as aulas puderem ser retomadas de forma presencial. Nesse sentido, ele não descarta a realização de atividades à distância. No entanto, a proposta é disponibilizar um espaço no campus para que os alunos que não tenham acesso a recursos digitais em casa realizem as atividades.

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Colégios particulares

  • Colégio Gaspar – O Colégio Gaspar Silveira Martins manterá as atividades remotas. Segundo o diretor, Tiago Becker, a instituição tem alcançado 100% dos alunos por meio da tecnologia. Ao longo do mês de junho também serão debatidas mudanças no calendário letivo e será criada uma comissão para analisar como será a volta às aulas, envolvendo toda a comunidade escolar e até mesmo a contratação de profissionais. O intuito é tomar decisões com o objetivo de que o retorno dos alunos aconteça de maneira segura e garanta a aprendizagem deles. “Nesse momento vamos ir até o aluno enquanto ele não pode vir até a escola”, destaca. Becker ainda observa que tem se percebido um aprimoramento na realização das aulas a distância. “Não é o ideal, mas é o melhor que podemos fazer nesse momento”, avalia.
  • Colégio Oliveira – O Colégio Professor José de Oliveiras Castilhos, mantido pela Coopeva, segue utilizando as plataformas digitais, como e-mail, Classroom, Meet e Hangouts. Além disso, o local está fortalecendo a parceria com a Somos, um Grupo de Educação Básica e empresa com sistema de ensino, editoras, livros didáticos e soluções de programas digitais, usando a plataforma Plural.“Isso é mais uma ferramenta para auxiliar na aprendizagem dos nossos alunos”, explica a professora e supervisora da instituição de ensino, Patrícia Manganelli. Ela ainda reforça que o colégio está se estruturando para quando ocorrer o retorno presencial.
  • Bom Jesus – A direção do Colégio Bom Jesus Nossa Senhora Aparecida informou que continuará com as aulas remotas. “As aulas serão ao vivo todos os dias, exceto nas quartas-feiras, através do Google Meet. Também teremos postagens de videoaulas e atividades pelo Classroom”, explica a diretora da instituição, Inês Schwertner. Segundo ela, as aulas remotas estão acontecendo desde o dia 23 e março e esse trabalho é realizado da Educação Infantil até o terceiro ano do Ensino Médio.

Universidades

  • Univates – Conforme a assessoria imprensa da Universidade do Vale do Taquari (Univates), até o momento a instituição não tem informações diferentes das já divulgadas. Quando se tiver novos desdobramentos eles serão anunciados.
  • Unisc – Segundo a diretora de ensino de graduação da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Giana Sebastiany, a instituição está realizando um estudo para a retomada gradual e segura das aulas práticas, conforme o que foi apontado pelo governador Eduardo Leite. Ela ainda explica que ao longo do mês de maio, foi feita um levantamento de todas as atividades práticas que precisam ser recuperadas, de quem são os estudantes que dependem delas, quais são os laboratórios que precisarão ser usados e os cenários onde os alunos precisarão circular.
  • Giana ainda observa que foram elaborados protocolos de segurança que estão sendo aprimorados em conjunto com os coordenadores de curso. Segundo a diretora, também existe uma preocupação em identificar os alunos, docentes e técnicos administrativos que pertencem ao grupo de risco do coronavírus e por isso não poderão voltar às atividades. “A Unisc está estudando o decreto e analisando todas as possibilidades para o retorno das aulas práticas”, observa.
  • Em relação às aulas teóricas, Giana salienta que elas permanecerão sendo em modelo remoto. A universidade também está mapeando as necessidades de cada curso e organizando a logística para que todos possam retornar com segurança. “Com isso, tomamos todos os cuidados, preservando nossos estudantes”, acrescenta.

*Texto atualizado às 14h33min do dia 1º de junho. 



Taís Fortes

Taís Fortes

Repórter da Folha do Mate responsável pela microrregião (Mato Leitão, Passo do Sobrado e Vale Verde) e integrante da bancada do programa jornalístico Terra em Uma Hora, da Terra FM

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