A greve decretada pelo Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers) não obtém adesão entre as escolas da rede urbana e escolas polo dos distritos de Venâncio Aires. Diretores consultados pela Folha do Mate, na tarde de ontem, alegaram que a proximidade do fim do ano letivo não é propícia para a realização de uma greve.
O sindicato dá início à paralisação hoje e convoca os educadores a participarem do Ato Unificado dos Servidores Públicos que ocorre às 14h, no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre.
O objetivo do Cpers é mostrar força para barrar o que o sindicato chama de pacote de maldades do governo Sartori (PMDB). Segundo a entidade, o pacote ataca os direitos dos professores, funcionários de escola e demais servidores estaduais. A categoria é atingida através de propostas como 13º salário sem data limite, extinção da licença prêmio, novas regras para tempo de serviço e a retirada da remuneração de servidores cedidos para entidades sindicais.
“Somente a luta unificada pode derrotar o pacotaço de Sartori. Não podemos permitir que ocorra o que aconteceu no final de 2015, quando o governo aprovou, na madrugada entre o Natal e o Ano Novo, o aumento do ICMS e o congelamento salarial”, destaca a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer.
CARáTER DE RESISTêNCIA
Diretor do 18º Núcleo do Cpers, Renato Aldo Müller destaca que a greve tem caráter de resistência e ainda que as escolas decidam por não aderir, o estado de greve facilita que parte dos educadores se revezem e participem da mobilização, que deve ser acompanhada de vigília nas imediações da Assembleia Legislativa até a votação dos projetos.
“Vão se arrepender muito os nossos colegas que até agora estão de braços cruzados, fazendo-se de desentendidos e não dando muita importância, porque no ano que vem não haverá tempo para choros”, alerta Müller, que também aponta a necessidade de surgir novas lideranças sindicais nos municípios para mobilização da categoria.