Com apenas R$ 600 na conta e proferindo palavras de repúdio e indignação, em torno de 100 servidores públicos entre professores, brigadianos inativos, e agentes

Foto: Alvaro Pegoraro / Folha do MateApós caminhada, servidores participaram da sessão ordinária da Câmara, na noite desta segunda-feira, 31
Após caminhada, servidores participaram da sessão ordinária da Câmara, na noite desta segunda-feira, 31

penitenciários de Venâncio Aires participaram no começo da noite de ontem de uma caminhada em protesto ao parcelamento dos salários, comunicado pelo governador José Ivo Sartori, nesta segunda-feira, 31.

Com faixas e cartazes em punho e entoando frases contra o chefe do Piratini, o grupo percorreu a Osvaldo Aranha e depois se dirigiu à Câmara de Vereadores. Na ‘casa do povo’ os servidores entraram entoando o hino-riograndesse e se acomodaram no plenário para acompanhar a sessão ordinária

Com os salários parcelados pela segunda vez, os servidores aderem, mais uma vez, as paralisações que ocorrem em todo o Rio Grande do Sul até a quinta-feira, 3 de setembro. Depois de já terem tido os dez primeiros dias do mês de agosto marcados pelo esforço do Governo para completar os R$ 360 milhões da folha de julho, seguidos do bloqueio das contas devido ao atraso da parcela com a dívida com a União, o Estado chego ao final, novamente, sem condições financeiras para saldar na íntegra os salários dos servidores públicos vinculados ao Poder Executivo que receberam, desta vez, apenas R$ 600. 

Em pronunciamento na manhã de ontem, no Palácio Piratini, Sartori lamentou: “Essa não é uma questão de vontade pessoal, mas é o que impõe a grave situação financeira do Estado.”

Durante a explicação sobre a situação, Sartori afirmou que esse problema que está sendo enfrentado atinge a todos: “Inclusive o salário do governador, vice e todos que recebem pelo Executivo.”

O governador ainda confirmou que irá encaminhar nos próximos dias à Assembleia Legislativa do Estado o projeto que aumenta o limite dos saques dos depósitos judiciais. 

Quem tem o salário parcelado lamenta. Noo discurso, as palavras: humilhação e desvalorização. Questionada sobre como faria com o pagamento de suas contas com apenas R$ 600, a professora da escola Cônego Albino Juchem, Diana Sperling afirmou: “Elas serão pagas atrasadas e com juros.” 

Marione Drebel, professora da escola Sebastião Jubal Junqueira e membro do Cpers Sindicato, uma das organizadoras da caminhada, desabafou. “é o servidor que está pagando esta conta. 

Para ela a situação é uma falta de respeito com todas as categorias e afirmou que vai cruzar os braço, mais uma vez, em protesto à decisão. “Nunca me omiti de uma luta e eu como professora tenho que dar o exemplo.”

ORIENTAçãO

O presidente do 18º Núcleo do Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers), Renato Aldo Müller, em entrevista ao jornal, relatou sobre a indignação da classe sobre o parcelamento pela segunda vez: “O trabalhador trabalha para receber seu salário no final do mês.”

Conforme ele, isso vai gerar uma grande consequência, como a perda de aulas para os alunos. Mas a orientação dada pelo Cpers é de que as instituições estaduais paralisem as atividades até a quinta-feira. “Com todos auxiliando na paralisação, podemos chegar a um resultado mais rápido possível”, destaca.

Ocorre quarta-feira, 2, em Santa Cruz do Sul, um Conselho Regional com a participação de educadores da região. Já na quinta-feira, está previsto um ato público em frente a Assembleia Legislativa. E a tarde, uma audiência pública para tratar sobre a PLC 206.

Situação das escolas Sebastião Jubal Junqueira – Vila Deodoro – Em Greve. Aula normal na sexta-feiraZilda de Brito Pereira – Gressler – Em greve. Retorna com aula normal apenas na terça-feira, 8. Professora Leontina – Santa Tecla – Greve parcial Crescer – Greve parcial São Luiz – Vila Santa Emília – Irá decidir hoje sobre paralisação 25 de julho – Linha Cecília – Aula normal Arthur Emílio Mylius – Linha Picada Nova – Aula normal Cristiano Bencke – Centro Linha Brasil – Aula normal. Apenas um professor paralisadoLinha Bem Feita – Linha Bem Feita – Aula normal Linha Sapé – Linha Sapé – Aula normal Tangerina – Linha Tangerina – Aula normal João Pádua da Rosa – Vila Ponte Queimada – Aula normal Miguel Macedo de Campos – Linha Herval – Aula normal Adelina Isabela Konzen – Vila Estância Nova – Aula nos turnos manhã e tarde com horário especial (7h25min até 11h30min – e das12h55min às 17h). Cônego Albino Juchem –Paralisam até quinta-feira e retornam na sexta-feiraWolfram Metzler – Aula normal Professor Pedro Beno Bohn – Vila Arlindo – Aula normal Professora Helena Bohn – Vila Terezinha – Aula normal Mariante – Reunião na manhã de hoje para decidir sobre paralisação. Neste turno alunos não terão aula11 de Maio – Aula normal Brigida do Nascimento – Aula normal Monte das Tabocas – Aulas em períodos reduzidos Frida Reckziegel – Vila Palanque – Aula em períodos reduzidos Leo João Frölich – Linha 17 de Junho – Aula normal. Apenas três professoras aderiram a paralisação, alunos dessas educadoras estão com aulas suspensas Helmuth Lehmen – Linha Cachoeira – sem contato Ondina dos Santos Martins – Linha Taquari Mirim – sem contatoSanta Isabel – Linha Isabel – sem contato Avaí – Linha Andréas – sem contato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro – Linha Travessa – sem contato

MONTE ALVERNESegundo a vice-diretora do Colégio Estadual Monte Alverne, Ivani Schuler, um grupo de dez professores aderiu à greve até quinta-feira. Embora algumas turmas fiquem sem aula, a escola continua aberta e se mantém em funcionamento todos os dias.

Calendário de pagamentos:- 31 de agosto : Parcela líquida de R$ 600- Até o dia 11 de setembro: Parcela líquida de R$ 800 (R$ 1.400: 32% dos vínculos)- Até o dia 15 de setembro: Parcela líquida de R$ 1,4 mil (R$ 2.800: 67% dos vínculos)- Até o dia 22 de setembro: Parcela complementar (100% dos servidores do Poder Executivo – ativos, inativos, pensões previdenciárias e pensões alimentícias).