
Com 776 votos, Nelsoir Battisti, 37 anos, assume uma das vagas na Câmara de Vereadores a partir de 1º de janeiro. Casado com Patrícia e pai de Murilo, Nelsinho, como é conhecido, quer seguir atuante na comunidade.
Nelsinho mora há cerca de 10 anos no bairro Cidade Nova. Até aos 27 anos, foi morador do Xangri-lá. E foi por ‘essas bandas’ onde construiu boa parte de sua história. Começou os estudos no antigo Colégio Agrícola (hoje Wolfram Metzler), estudou no Zilda de Brito Pereira e se formou-se no ensino médio no Cônego Albino Juchem (CAJ).
Por muitos anos, presidiu a Associação de moradores do bairro Cidade Nova, onde também organizava galinhadas, foi um dos idealizadores da área verde daquele bairro e na comunidade Santa Rita de Cássia integrou por diversas vezes a diretoria. “Sempre trabalhei dentro da comunidade, desempenhando as diversas funções, limpando, lavando louça, servindo bebida”, conta.
Com superior incompleto, pois iniciou a graduação no curso de Relações Públicas na Unisc mas não conseguiu dar continuidade, passou a trabalhar na área de vendas. Começou em loja de venda de materiais de construção e, desde 2005 vinha atuando como representante comercial de empresas de implementos agrícolas.
Já trabalhando como representante comercial lhe despertou o desejo de fazer algo a mais pela cidade. Unindo seu trabalho junto as empresas que vendem tratores, com alguma atividade voluntária, surgiu a Caravana Luzes de Natal. O desfile, de veículos, tratores enfeitados, com personagens natalinos, percorrem bairros em noites que antecedem o Natal.
A política em sua vidaNelsoir foi muito atuante desde jovem. Ele relembra que quando estudava no CAJ, partiu dele a ideia de colocar música nos intervalos. Já no Zilda ajudou na fundação do Grêmio Estudantil. “Na verdade, já nascemos meio políticos. Na escola eu era líder de turma, costumava tomar a frente de muitas coisas, então, esse espírito de liderança está dentro da pessoa.”
Mas era em casa onde tinha o maior exemplo de política. Seu pai Nelson se elegeu como vereador em 1988, mas não assumiu sua vaga, pois faleceu em 1989. Na época, aos nove anos, viveu intensamente o período ao lado do pai. “Convivi com ele naquele período da eleição, entregando santinhos, ia nos comícios com ele.”
Em 2000 filiou-se ao PSDB e em 2004 foi candidato pela primeira vez. Como suplente, assumiu uma vaga no Legislativo por 11 dias, o que Nelsinho classifica como uma homenagem ao saudoso pai. Em 2011, ele deu um novo passo e fundou o PSD em Venâncio, a partir do contato que mantinha com o deputado Danrlei de Deus Hinterholz. “Me identifiquei muito com as ideias do partido, como o voto distrital, que é o representante por região”, destaca.
Foi eleito. E agora?
O vereador chega ao Legislativo com muitas ideias, que segundo ele, são simples e pequenas, e que se colocadas em prática, podem mudar a vida das pessoas. “O estacionamento rotativo é um problema e precisa ser reformulado; precisamos deixar as pessoas trabalharem, não é possível que uma pessoa não possa vender um ovo na cidade, é muita burocracia, é preciso flexibilizar a implantação de novas empresas e negócios; no interior as redes hídricas são um problema, a Prefeitura colocando um químico para fazer o controle e dar o laudo para liberar a implantação seria um grande avanço”, adianta.
Nelsoir ainda acrescenta que uma rua coberta, tirar eventos da frente do Hospital São Sebastião Mártir e levar para a outra praça, mais acessibilidade nas praças, onde seria possível colocar uma criança com cadeira de rodas no balanço, um plantão pediátrico, mudanças no Plano Diretor para liberar a construção de condomínios fechados e funcionamento de clínicas geriátricas; podem transformar e melhorar a convivência das pessoas. “São ações do Executivo, mas precisamos pedir verbas a deputados e governo, se tiver que pedir esmola de caneca, de joelhos, vamos lá, é o momento de todos trabalharmos juntos e apoiar tudo o que for de interesse da população.”
Integrando a situação, Nelsinho ainda enfatiza que não quer perder suas características, ao se tornar vereador. “Vou seguir sendo o Nelsinho de sempre. Até pedi para meus familiares me ‘puxarem a orelha’ se eu tiver algum deslise, pois sou um representante, não posso me afastar das pessoas.”