

Dados fornecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) dão conta de que a falta de energia elétrica em Venâncio Aires vem caindo desde 2016, contudo a situação ainda preocupa. Cada consumidor teve o fornecimento de energia elétrica interrompido, em média, 5,17 vezes no último ano. Além disso, cada consumidor ficou, em média, entre julho de 2017 a junho de 2018, 10 horas sem energia elétrica.
A doutora em Desenvolvimento Regional, Cíntia Agostini, a ficar tanto tempo no século 21 sem energia elétrica é inaceitável. “Se para o consumidor já causa problemas enormes, para as indústrias é algo inconcebível. È trabalhador parado, sem produzir e muitas vezes com matéria prima perecível”, informa.
Cíntia fala ainda que atualmente uma das preocupações regionais deveria ser: “encontrar alternativas para a luz fraca, comum no interior, mas pensar que municípios ficam em média até dez horas por energia é um retrocesso”.
Para a profissional, que é também economista e professora da Univates, é preciso um novo regramento para as concessões privadas. “Muitas vezes para as concessionárias é mais barato pagar multas ou conceder descontos aos consumidores, por um determinado período, do que fazer os investimentos necessários”.
A curto prazo Cíntia ela não percebe melhoras nessa relação da concessionária com o consumidor. Ela defende um novo marco regulamentário. “As concessões privadas são uma tendencia mundial. Mas é necessário que as agências reguladoras sejam mais ativas. É preciso colocar o consumidor em primeiro plano”, informa.
ENERGIA ALTERNATIVA
Outro doutor em Engenharia Ambiental e Sanitária e professor Odorico Konrad avalia que as energias alternativas avançaram muito, que os preços baixaram, mas ainda estão muito aquém do consumidor em geral. Para ele, a utilização da energia fotovoltaica – também chamada de energia solar – atualmente custa entre R$ 15 e 20 mil para abastecer uma casa de classe média com até quatro moradores.
INTERIOR É O MAIS PREJUDICADO
As falta de energia é mais percebida no interior do município. Tanto é que essa região eleva de forma considerável a média local das horas de moradores sem energia elétrica. Em junho, por exemplo, moradores Linha Julieta, Linha Duvidosa e Linha Cerrito ficaram sem luz por cinco dias. Moradias de Linha Cecília, Linha Esperança, Santa Emília e em Linha Cipó, a luz retornou depois de quatro dias no escuro.
POSICIONAMENTO DA RGE SUL
A concessionária que administra a maior parte da energia eletrica que abastece Venâncio Aires é a RGE Sul. Segundo a empresa, “os números apontados refletem os indicadores técnicos do conjunto Venâncio Aires. A RGE Sul informa que das 10 horas de interrupções, em 2h31min o cliente deste município ficou desligado para a execução de obras programadas, investimentos da concessionária no sistema elétrico. A melhoria nos indicadores é resultado do trabalho que a companhia tem feito na rede”.
Ainda de acordo com a empresa entre 2017 e 2018 foram substituídos 1.348 postes de madeira por concreto e instalados seis novos religadores. A RGE Sul também aumentou o volume de podas realizadas no município: 18.388 (2015), 12.77 (2016), 29.524 (2017) e 10.819 (2018).