Para Franciele Bergenthal a chegada do fim do ano representa oportunidade de trabalho. Isso porque ela já preencheu uma das 9,5 mil vagas de empregos temporários previstas para o estado.

Franciele foi contratada no mês passado para dar suporte à equipe de uma loja de móveis e eletrodomésticos que se prepara para encarar as vendas da data mais importante do ano: o Natal.

Ela já tem experiência no comércio de Venâncio Aires, pois trabalhou em um estabelecimento anos atrás. Ela aprecia trabalhar no ramo do comércio. “Conhecemos muitas pessoas tanto da cidade como do interior. é ainda uma oportunidade boa, ainda mais se há interesse em aprender. Nos empenhamos para ter o trabalho fixo.”

A empresária Roberta Fischer foi quem contratou Francieli para atuar no atendimento da loja. Conforme Roberta, nos empregos temporários o intuito é de contratar já com objetivo de efetivar a pessoa. “Ainda mais se o funcionário for pontual e atender bem. O diferencial é ser simpática no atendimento com os clientes.”

EXPECTATIVA

A pesquisa desenvolvida pela Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), no mês de setembro, aponta que, neste ano, 39,8% dos estabelecimentos dos segmentos varejistas que tradicionalmente enfrentam aumento de demanda no fim de ano devem contratar trabalhadores para atender esse incremento de atividade.

As lojas líderes na contratação de temporários serão as de confecções/vestuário (36,5%), de móveis/eletrodomésticos (13,5%) e de calçados (13%). A pesquisa mostra também que 50,4% das contratações possuem chance de efetivação.

EFETIVAçãO

A gerente administrativa da Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva), Lisete Stertz, destaca que uma das principais características do emprego temporário é a oportunidade aos trabalhadores para que sejam efetivados pelas empresas após o período de vendas do Natal.

“As pessoas podem mostrar o seu trabalho para serem contratadas no futuro.” Ela explica que não há números de contratações em Venâncio, pois haveria a necessidade de uma pesquisa.

Lisete, no entanto, destaca que o Natal é a melhor data para o comércio, em virtude do décimo terceiro salário. Na opinião da gerente administrativa, as contratações temporárias costumam ocorrer, somente, no período natalino, pelo fato da data ser histórica. “Nesta época há sempre aumento substancial de vendas. Todos trocam presentes, por isso é diferente de outras datas que são pontuais.”

Antes das contratações, há um treinamento com aqueles que atuarão nas lojas. “Uma pessoa sem experiência e sem conhecer o produto não tem como atender; por isso já contratam agora para que em dezembro, no período maior de vendas, já estejam aptas.”

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico Hélio Lawall, o colaborador deve estar atento e demonstrar sua capacidade de buscar resultados para o cliente e empregador. Assim sendo, estará se credenciando a outras oportunidades de emprego, pois o comercio também é uma vitrine a disposição dos trabalhadores.

Comércio contribui em até 15% do valor adicionado do município

Na época de fim de ano em função das vendas de Natal, a contratação de empregos temporários significa que há mais vendas e maior fluxo de dinheiro na economia e desenvolvimento.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Hélio Lawall, destaca que segundo dados de pesquisa de atacado e varejo, as atividades comerciais somadas podem contribuir com até 15,39% de todo o valor adicionado do município.

Lawall observa que como o comércio traz o aumento nas vendas a cada ano no período é necessária as contratações por um período pré-estabelecido.

Na região, o presidente do Sindilojas do Vale do Rio Pardo, Mauro Spode, diz que é tradicional para as lojas, a geração de emprego até o fim do ano. Com relação à economia regional, ele não acredita em incremento maior nas vendas do que 5%.

“As vendas em outras datas comemorativas do ano não ultrapassaram este número. Além disso, as pesquisas encomendadas pelas federações do comércio registram uma movimentação em torno de 3% a mais do que no ano passado.”

Ainda com base em pesquisas, Spode destaca que 58% das pessoas pensam em pagar as contas com o 13º salário, enquanto que 42% pensam em adquirir novas mercadorias. .

Foto: Carolina Schmidt / Folha do MateVendas em maior número ocorrem no período de Natal
Vendas em maior número ocorrem no período de Natal

Consumidores devem desembolsar cerca de R$ 530 para as compras

E já que a contratação temporária diz respeito ao Natal, a Fecomércio do Rio Grande do Sul já divulgou pesquisa sobre as compras de final de ano.

Segundos os dados apresentados, os consumidores gaúchos irão desembolsar, em média, R$ 530,48 com a aquisição de presentes.

Os presentes mais procurados seguem a mesma linha de outros anos: itens de vestuário (66,8%), brinquedos (39,2%) e calçados (25,7%).

Também aparecem com participação relevante os celulares, com 7,5% das intenções de compra. Segundo a pesquisa, cada consumidor irá adquirir um número médio de 5,5 unidades – sendo que as mulheres comprarão, em média, 6,2 unidades e os homens, 4,6 unidades.

Outro dado da pesquisa, diz que os consumidores estão preferindo entrar o novo ano sem novas dívidas, já que 70,4%, pretendem realizar compras à vista, contra 27,8% que manifestaram interesse em adquirir presentes a prazo.

Dentre os que vão parcelar, 48,6% pretendem pagar em 4 a 6 parcelas. Daqueles que recebem 13° salário, 71,9% dos entrevistados, os principais destinos desse dinheiro serão o pagamento de contas do mês (54,9%), a formação de poupança (40,4%) e a compra de presentes (36,1%).

A expectativa de venda para Venâncio Aires ainda será divulgada pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Venâncio Aires (Caciva) no próximo mês, onde as vendas ocorrem com intensidade.