Uma aula de história para quem pode marcar presença no ciclo de palestras do 12° Encontro das Comunidades de Língua Alemã na América Latina. O evento no câmpus do Instituto Federal Sul-ri-grandense (IFSul) de Venâncio Aires foi uma extensão da PROGRAMAÇÃO em Nova Petrópolis.
Prestigiado por uma comitiva vinda do município da serra gaúcha, o grupo com cerca de 20 pessoas foi recepcionado pela direção do Núcleo de Cultura de Venâncio Aires (Nucva), já na manhã de sábado, 27.
A primeira atividade envolveu uma visita ao edifício Storck, onde foi apresentado o acervo da casa de cultura. Entre aqueles que acompanharam o roteiro estava o cônsul da Alemanha em Porto Alegre, Robert Strnadl natural da cidade germânica de Baden; a coordenadora do evento, Verônica Kühle; o alemão de Hannover, Christian Baumgart; e a professora da Unisc, Lissi Bender Azambuja.
PalestrasA tarde de palestras, que começou às 14h15min e foi até 17h45min no auditório do IFSul envolveu os jornalistas Felipe Kuhn Braun e Sílvio Rockenbach, o pesquisador Vinicius Seibt e também o médico Ivan Seibel. O primeiro a palestrar na tarde havia sido o jornalista e estudante de História, Felipe Kuhn Braun.
A reportagem fez uma entrevista com o profissional, que com 13 anos de pesquisa já possui dez livros publicados. Além de falar das obras, Felipe ainda abordou este processo de conversa com as famílias e o interesse também de estudar a região dos vales. Veja alguns trechos da conversa, que está na integra junto a edição impressa do jornal Folha do Mate desta quarta-feira, 1° de outubro:
Folha do Mate – Qual a importância de programações como esta para reunir pessoas de descêndia alemã? Felipe Kuhn Braun – Estes encontros são extremamente importantes porque eles reúnem boa parte daquelas pessoas que pesquisam sobre imigração alemã. Eu encontrei pessoas de Blumenau, do Espírito Santo, de São Paulo e de outras cidades aqui do Rio Grande do Sul. Então é sempre um momento de troca, de compartilhamento, de histórias, de vivências, em que alguns encontram são maiores, outros menores, mas todos extremamente produtivos. é a partir deste contato que a gente tem que se consegue prosseguir nestas pesquisas. E também outra questão muito importante, é que aqui as pessoas elas estão completando partes dessa história, que eu comparo com um quebra cabeças histórico, então monta uma peça, monta outra.
Tu tens 27 anos de idade, são 13 deles de pesquisa, então começou cedo este trabalho. Como surgiu esse interesse de resgatar histórias de tantas famílias que vieram para cá?A minha avó paterna, ela morava conosco e quando ela faleceu eu ganhei uma caixa de fotografias que era dela. Sem saber quem eram aqueles ali retratados e querendo buscar aprender mais sobre a minha família eu procurei visitar outros parentes, identificando essas imagens e percebi que cada família tinha uma história, de uma caixa que se perdeu, uma caixa que foi queimada. Então por isso eu fui também fazendo um mapeamento da região de colonização alemã de outras localidades e buscando outras fotografias. Digitalizando, ouvindo essas pessoas e formando um acervo que hoje compreende 27 mil fotografias antigas e 408 famílias visitadas até o momento.