Em um mês, representantes de 180 países estarão na índia para participar da 7ª Conferência das Partes (COP7) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT). Esta é a principal mobilização mundial de combate ao consumo de cigarro. Antes disso, cada país tem o papel de definir a posição e o que pretende discutir no evento. é por isso que nesta segunda-feira, 10, ocorre um seminário aberto promovido pela Comissão para Implantação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq) em Brasília com o objetivo de permitir que as organizações se manifestem e apresentem contribuições sobre os documentos da pauta da COP 7.
Embora a Comissão esteja secretariada pelo Instituto Nacional de Câncer e tenha como papel, a defesa da saúde, logo, o combate ao tabaco, a reunião integrará representantes de diferentes ministérios, inclusive da Agricultura e Trabalho. Além disso, abrirá espaço para que representantes da cadeia produtiva do tabaco e lideranças da região do Vale do Rio Pardo – maior produtora do país – se manifestem. A reunião ocorre das 9h30min às 12h30min na sede da Organização Panamericana da Saúde em Brasília.
Da região participam o presidente do SindiTabaco, Iro Schünke, o presidente da Afubra, Benício Werner e o presidente da Câmara Setorial do Tabaco e prefeito de Venâncio Aires, Airton Artus. Deputados da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa do RS também estarão participando, entre eles, o presidente Adolfo Brito.
AFUBRA
Para o presidente da Afubra, Benício Werner, o seminário é importante para mostrar que a Afubra vem trabalhando pela diversificação das propriedades. “Nós temos condições de mostrar bastante trabalho e um deles é a Expoagro Afubra, que reúne mais de 80 mil pessoas, a maioria é produtor rural.”
Para Werner, é importante que a Conicq veja a Afubra como uma entidade parceira neste processo de diversificação. “Nossa defesa é do produtor. Temos que trabalhar para garantir uma cultura que garanta a sustentabilidade das propriedades.” Ele defendeu ainda a clareza do posicionamento brasileiro e diálogo com os delegados que irão representar o Brasil.
SINDITABACO
Quem também marca presença no evento é presidente do SindiTabaco, Iro Schünke. Ele deverá questionar a posição brasileira sobre temas de interesse do setor, especialmente com relação ao caso da intervenção da Organização Mundial da Saúde (OMS) em questões de natureza comercial. Ele observa que o tabaco, assim como outros produtos exportados pelo País, faz parte de acordos internacionais junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). O Sinditabaco destaca que a OMS quer retirar o tabaco desses acordos, o que poderá prejudicar as exportações, especialmente o Brasil que é responsável por 30% dos embarques mundiais.”O Brasil é protagonista na Convenção-Quadro e nos preocupa a falta de clareza sobre os assuntos que serão discutidos. Precisamos esclarecer qual será a posição do governo brasileiro sobre este e outros assuntos durante a Conferência para que a cadeia produtiva não seja prejudicada. Queremos mais transparência e equilíbrio nesse sentido”, frisa o presidente.
CâMARA SETORIAL
Presidente da Câmara Setorial do Tabaco e prefeito de Venâncio Aires, Airton Artus diz estar confiante com o diálogo aberto com diferentes ministros. Para ele, o trabalho feiro ao longo do ano, de aproximação, será decisivo para a COP 7. “Queremos saber com clareza a posição do Brasil mas ao mesmo tempo queremos defender nossos pontos de vista. Todo trabalho feito neste ano, principalmente a audiência com Ministro Padilha, abriu o diálogo com o governo brasileiro. Esperamos que tenhamos uma posição de governo como nunca teve em outra COP. Espera-se que o Brasil tenha uma linguagem única desta vez.”
Airton também dedicará sua agenda em defesa do tabaco na Capital Federal para se reunir com o Ministro da Saúde, Ricardo Barros, nesta terça-feira à tarde. Para ele, o fundamental deste encontro será desmistificar os riscos e os números apresentados sobre o tabaco. Segundo ele, não há nenhuma comprovação de que acabando com a produção de tabaco, se terminaria com o consumo.