O Instituto Brasileiro da Cadeia Produtiva da Erva-Mate (Ibramate), formalizou no dia 7, uma proposta de demandas à Emater/RS-Ascar. Segundo o engenheiro agrônomo e diretor executivo do Ibramate Roberto Magnos Ferron, o objetivo é a elaboração de um Convênio de Cooperação Técnica entre as instituições que tem em parte o mesmo público-alvo, ou seja, as agroindústrias ervateiras, os produtores e os viveiristas de erva-mate.
Da mesma forma que a Emater/RS-Ascar tem a missão de levar aos produtores rurais o conhecimento técnico gerado pelas instituições de pesquisa e as políticas públicas definidas pelo Governo Estadual, promovendo o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida da população rural, segundo
Ferron, o Ibramate também foi criado com esta missão, qual seja, planejar e gestar a Cadeia Produtiva da Erva-mate.
Conforme Ferron, o convênio visará a transferência de tecnologias e assistência técnica aos produtores de erva-mate, objetivando melhorar e qualificar a produção, o processo industrial, a mão de obra e o produto erva mate nos cinco polos regionais de produção ervateira, trazendo importantes e imensuráveis benefícios a toda Cadeia Produtiva da Erva-Mate.
Venâncio Aires
Para o chefe do escritório municipal da Emater/RS-Ascar Vicente Fin, as cadeias produtivas, na grande maioria das vezes, estão fragmentadas, e, às vezes, dissociadas e a da erva-mate pagou muito caro no passado recente por estar desta forma. Para se ter um produto com boa qualidade nas prateleiras, na opinião de Fin, somente será possível se a matéria-prima for de boa qualidade; o processo de industrialização pode manter a qualidade, porém, não pode melhorar uma matéria- prima ruim, ou seja, se a erva vem ruim da lavoura, continuará a ser ruim no pacote final.
Fin acentua que a reciproca também vale para as mudas, ou seja, mudas ruins e filhas de matrizes ruins não produzirão boa matéria-prima e, em consequência, um bom produto final.
Ao se referir ao convênio firmado entre o Ibramate e a Emater/RS-Ascar, Fin frisa que nada mais é do que possibilitar a interlocução das diversas entidades ligadas à erva-mate no que tange a pesquisa, como exemplo e extensão rural, e, principalmente, na qualificação e aproximação com o produtor, o tarefeiro, os viveiristas e, por fim, com a indústria.
DEMANDAS E PRIORIDADES
As demandas e prioridades de ações propostas pelo Ibramate, conforme Ferron, são:
– Boas práticas de produção da erva-mate, com certificação orgânica dos produtores. Devemos que pensar num programa global, onde temos que treinar, capacitar e qualificar um grande número de produtores nos cinco polos regionais de produção nas regiões do Vale do Taquari (Venâncio Aires), Alto Vale do Taquari (Ilópolis/Arvorezinha), Alto Uruguai (Erechim), Planalto e Missões (Palmeira das Missões) e Noroeste (Machadinho);
– Boas práticas de industrialização da erva-mate, com certificação das indústrias ervateiras nos cinco polos regionais de produção. Temos que propiciar a todas que façam o treinamento e qualificação de seus proprietários, gerentes e colaboradores;
– Cadastramento georreferenciado dos produtores, conforme Lei do Fundomate;
– Cadastramento dos viveiros, conforme Lei do Fundomate;
– Cadastramento das indústrias ervateiras, conforme Lei do Fundomate. Todos estes itens, de acordo com o aplicativo criado pelo Departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM);
– Identificação, catalogação, registro e georreferenciamento das árvores superiores de erva mate do Estado de acordo com o aplicativo criado pelo Departamento de Engenharia Rural da UFSM.