Entre laços e fitas, o colorido do empreendedorismo

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Prestes a completar seis anos, Amanda é uma menina serelepe e falante. Em meio à ‘conversa dos adultos’, não exita em fazer seus comentários, e manifestar sua opinião. Foi justamente essa perspicácia infantil, que fez a pequena sugerir para a tia, que em um determinado dia fazia um pacote de presente, que lhe fizesse um laço de fita para enfeitar os cabelos.

Foto: Ana Flávia Hantt / Folha do MateAdriana e Cristiane, ao lado da pequena Amanda, encontraram realização na Menina de Fita
Adriana e Cristiane, ao lado da pequena Amanda, encontraram realização na Menina de Fita

Embora esse fato não tenha sido o único motivador, pode ser considerado como um marco para a Menina de Fita, um novo negócio que, como o nome sugere, é especializado em produzir acessórios de cabelo com fitas, como tiaras, faixas e presilhas. Comandado pelas irmãs Cristiane Teixeira Porto (mãe de Amanda), e Adriana Teixeira, o empreendedimento surgiu da identificação e da oportunidade de um nicho de mercado.

Tudo começou em julho de 2016, quando Adriana fez o primeiro laço para a sobrinha.

Quem é mãe de menina, sabe que um laço de boa qualidade não custa pouco. Por isso, acabamos comprando uma cor neutra, como branco ou nude, para poder combinar com tudo”, pontua Cristiane.

Foi a partir do desejo de ter laços de cores diversas, por um valor mais acessível, que a mãe de Amanda pediu para a irmã produzir vários modelos diferentes. Já vendo ali uma oportunidade, divulgou a produção nas redes sociais, e logo os primeiros clientes apareceram.

A partir disso, começaram a estruturar o negócio. Adriana foi em busca da certificação dada pela Casa do Artesão de Venâncio Aires, e as duas irmãs passaram a atuar em sociedade. Enquanto uma responsabiliza-se pela parte criativa e de produção, a outra faz as vendas e relaciona-se com o público. Para divulgar o trabalho, participam das Feiras do Artesão realizadas no município, e utilizam ferramentas como o whatsapp e as redes sociais.

Segundo as empreendedoras, além da qualidade dos materiais empregados e o cuidado com a produção, um diferencial da Menina de Fita é a possibilidade de personalizar os acessórios, com agilidade na entrega.

Muitas vezes, a mãe compra um vestido, e nos manda a foto por whatsapp, para ver se conseguimos fazer um laço da mesma cor, para entrega naquele mesmo dia. Sempre damos um jeito”, explica Adriana.

O preço também é um atrativo: com itens que variam entre R$ 5 e R$ 15, as empreendedoras oferecem produtos com custo-benefício mais acessível, especialmente para as famílias que desejam um guarda-roupa repleto de acessórios.

Os materiais utilizados são diversos: cetim, gorgurão, organza, seda, entre outros detalhes, como pedras de strass. Embora as sócias busquem fornecimento local, também pesquisam novidades para oferecer aos clientes, como fitas com estampas de grifes famosas, como Dior, Chanel, Louis Vuitton, entre outras, todas vindas de São Paulo. Os acessórios usados por filhos de celebridades, também estão entre as inspirações para a produção dos laços.

Temos muito cuidado com a segurança e o conforto dos acessórios. Sempre fazemos testes antes de comercializá-los”, salientam.

REINVENçãO

Foto: Ana Flávia Hantt / Folha do MateAs irmãs e sócias já pensam em ampliar o negócio
As irmãs e sócias já pensam em ampliar o negócio

Com formação em Ciências Contábeis, e experiência em auditoria e docência, Cristiane, hoje com 37 anos, decidiu dedicar-se à maternidade em tempo integral em 2005, quando ficou grávida de seu primogênito. Já Adriana, com formação em Direito e experiência em escritórios da região, nos últimos anos atuava na área financeira e administrativa de uma empresas localizada em Florianópolis.

De volta ao município, aos 33 anos, viu no novo empreendedimento, ao lado da irmã, uma oportunidade para se reinventar.

Muitas pessoas perguntam porque estudar tanto, para agora estar fazendo laços. Na minha opinião, o mais importante é a pessoa estar realizada, fazendo o que gosta, e se desafiando. Hoje, estou focada no criativo”, opina Adriana. Ela, que é o braço produtivo da Menina de Fita, comenta que é uma grande satisfação sair pelas ruas, e ver as crianças usando os itens que elaborou. “Consigo, inclusive, ver a evolução dos laços, desde os primeiros que produzi, até os mais atuais”, conta.

Cristiane, por sua vez, encontrou no empreendimento uma forma de continuar se dedicando à família, em equilíbrio com uma atividade profissional prazeirosa.

Gosto muito de trabalhar com o público, de conversar com as pessoas. Quando vou fazer as entregas, troco muitas experiências com as outras mães”, conta.

Com pouco mais de meio ano de existência, a Menina de Fita tem surpreendido suas fundadoras pela receptividade junto ao público. Após centenas de laços comercializados, as sócias já estudam a possibilidade de empreender com uma loja física. Além dos acessórios, a ideia é investir na confecção de peças infantis personalizadas. Quem mais aproveita o sucesso, no entanto, é a pequena Amanda. Eleita a garota propaganda do negócio, a menina coleciona diversos itens, e diverte-se em meio às incontáveis cores de fitas.

Sou a modelo”, confirma, enquanto já pede para a tia, o seu próximo laço.

    

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