Uma festa na sede da Sociedade Ipiranga, de Linha 17 de Junho, neste domingo, 15, vai comemorar as seis décadas da Escola Estadual de Ensino Fundamental Leo João Frölich. Com 88 alunos de 1º ao 9º ano, além de uma turma de pré-escola mantida pelo Município, a instituição atende estudantes da própria localidade e de Olavo Bilac, Linha Harmonia da Costa, Linha Cecília, Santa Emília e Monte Belo.

Foto: Juliana Bencke / Folha do MateInstituição da rede estadual tem 88 alunos de 1º ao 9º ano, além de uma turma de pré-escola do Município
Instituição da rede estadual tem 88 alunos de 1º ao 9º ano, além de uma turma de pré-escola do Município

“Nosso projeto pedagógico é voltado à inclusão social e a uma educação transformadora, que promova a realização dos sonhos dos alunos”, destaca a diretora Maria Cristina Pozzebon Lenhardt. De acordo com ela, o colégio trabalha com objetivo de sensibilizar os estudantes quanto à importância do estudo e os projetos para o futuro. “Tentamos mostrar que é importante buscarem conhecimento para transformar o que querem em realidade. Queremos que os alunos lembrem da escola como um espaço significativo na vida deles.”

Para Maria Cristina, o envolvimento com a comunidade é outro aspecto de destaque do estabelecimento de ensino, que iniciou as atividades em 1958, como Escola Rural de Linha 17 de Junho. “Temos uma grande parceria com os pais. Eles estão sempre na escola cortando a grama, auxiliando na manutenção da estrutura, vendo o que é preciso fazer. Nas férias, um grupo de pais vai trabalhar na ampliação do refeitório”, enfatiza a diretora. “Toda a festa de aniversário da escola também foi organizada por uma comissão da comunidade.”

Foto: Juliana Bencke / Folha do MateDiretora Maria Cristina destaca o envolvimento da comunidade com a escola
Diretora Maria Cristina destaca o envolvimento da comunidade com a escola

Reencontro

Além de comemorar os 60 anos da escola, o evento que ocorre neste domingo pretende reunir moradores da comunidade, estudantes, ex-alunos e professores da instituição. “Será um momento de reencontro. Deixaremos os portões abertos, para que as pessoas possam visitar a escola, matar a saudade e recordarem o tempo em que estudaram nela”, diz Maria Cristina.

Histórico

A Escola Estadual de Ensino Fundamental Leo João Frölich foi criada em 11 de fevereiro de 1958, como Escola Rural de Linha 17 de Junho, com atendimento apenas de séries iniciais. Em 1972, foi autorizado o funcionamento gradativo de 5ª até 8ª série.

Em 1974, o professor e diretor da escola Leo João Frölich faleceu subitamente, após atuar por 15 anos na instituição. Em 1977, o nome da escola foi alterado para Escola Estadual de 1º Grau Leo João Frölich, em homenagem ao docente.

O colégio passou por um processo de municipalização, em 1994, mas, posteriormente, voltou a ser da rede estadual. Atualmente, a escola conta com 11 professores, diretora, coordenadora e duas funcionárias.

Homenagem ao professor e diretor Leo

Foto: Arquivo pessoal / Família FrölichAlém de professor, Frölich participava ativamente das atividades comunitárias de 17 de Junho
Além de professor, Frölich participava ativamente das atividades comunitárias de 17 de Junho

Apesar de o decreto de criação da escola ser de fevereiro de 1958, a data escolhida pela instituição para comemorar o aniversário é 2 de junho – dia do nascimento do professor Leo João Frölich. Ele atuou na instituição como docente e diretor, de 1959 até 4 de abril de 1974, quando faleceu, vítima de uma parada cardíaca, aos 45 anos.

Na época, Frölich, a esposa Annita e os filhos moravam em uma casa junto à escola. Annita lembra que o marido retornava da faculdade, em Santa Cruz do Sul, à noite, quando teve a primeira parada. “Ele estava no último ano da faculdade de Pedagogia. No ônibus, teve o primeiro ataque. Foi para o hospital, onde teve outro ataque. Na manhã seguinte, ele recebeu alta e fomos para casa”, conta ela, que hoje tem 82 anos.

Dona Annita explica que, de volta à casa e à escola, o marido foi auxiliar na organização de mantimentos que tinham sido arrecadados para famílias vítimas da enchente. “Ele foi ajudar a empacotar as coisas. Não demorou muito e teve o terceiro ataque, que foi fatal”, relembra.

A morte súbita do diretor, que também atuava na igreja, na sociedade e no time de futebol da localidade, causou grande comoção em Linha 17 de Junho. “Fiquei com cinco filhos para criar. Foi muito difícil, mas a comunidade foi muito boa com a gente. Nos deixaram continuar morando na escola por um tempo, pois não tínhamos para onde ir”, afirma, ao explicar que, na época, era comum a família do diretor residir na escola. “Um ano depois, compramos um terreno e viemos morar na cidade. O tempo passou e, às vezes, dá saudade da época em que morávamos na escola.”

Natural de Santa Emília, Leo Frölich também lecionou em Arroio do Meio, onde conheceu e casou-se com Annita, e em Centro Linha Brasil, antes de atuar em Linha 17 de Junho. O casal teve cinco filhos: João Alberto, Telmo, Stela Maris, Antonino e Márcia Elisa.

Juliana Bencke

Editora de Cadernos

Responsável por coordenar as publicações especiais, considera o jornalismo uma ferramenta de desenvolvimento da comunidade.

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