Foto: Alan Faleiro / Folha do MatePara Pablo, combate à violência escolar passa pelo fortalecimento do senso de união dos colegas enquanto turma
Para Pablo, combate à violência escolar passa pelo fortalecimento do senso de união dos colegas enquanto turma

Em sua primeira ação prática, realizada na manhã de hoje, na Câmara de Vereadores, a Comissão Especial da Frente Parlamentar de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar promoveu um encontro de reflexão sobre o tema com a presença de quatro palestrantes. O objetivo é que os mais de 300 alunos e educadores que participaram do evento atuem como multiplicadores das ideias que foram discutidas e auxiliem no combate à violência escolar. A maioria da plateia era formada por representantes de grêmios estudantis, líderes de turma e orientadores educacionais, das redes municipal, estadual, federal e privada.

Proponente da Frente parlamentar, a vereadora Helena da Rosa (PMDB) destaca que a violência no ambiente escolar é prejudicial ao aprendizado e precisa ser combatida de forma conjunta, por toda a sociedade. Enquanto educadora, diz que já presenciou diversas situações de violência no ambiente escolar, como agressões físicas, verbais e ao patrimônio das instituições de ensino. A partir de agora, destaca que a ideia é contar com o apoio das comunidades escolares para que haja o mapeamento das situações de violência e, a partir disso, sejam traçadas novas ações, em rede.

Foto: Alan Faleiro / Folha do MateVirginia aponta para a necessidade de estimular a comunicação não-violenta
Virginia aponta para a necessidade de estimular a comunicação não-violenta

Integrante do grêmio estudantil do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul), o estudante Pablo Winck Winter, de 16 anos, participou do encontro e tomou nota das principais ideias discutidas para debatê-las junto à direção da sua instituição de ensino. Afirma que qualquer forma de violência mostra-se negativa ao aprendizado e convívio no ambiente escolar. “Não agrega, só subtrai.” Acredita que o caminho para combatê-la passa pelo fortalecimento do senso de união da turma.

A professora Virginia Aurora Schuck, que atua como mediadora de conflitos na Comissão Interna de Prevenção a Acidentes e Violência Escolar (Cipave) da Escola Estadual Crescer e também leciona na Escola Municipal Odila Rosa Scherer, diz que a violência no ambiente escolar pode ser notada dentro da sala de aula, no momento do recreio e também fora do pátio. “Tudo tem origem com um conflito que não se conseguiu resolver e se tornou um problema maior. Por isso, é importante agir de forma preventiva e estimular a comunicação não-violenta.” Diante de uma situação de conflito, afirma que a melhor saída é adotar uma postura de mediação e promover o diálogo entre os envolvidos.

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Palestrantes promovem reflexão sobre as relações interpessoais

A orientadora educacional Alice Theis abriu a rodada discussões sobre o combate à violência escolar. Ela defendeu que tudo começa pela relação que cada indivíduo estabelece consigo mesmo. “Olhem-se com carinho, porque quem trata bem a si, trata bem aos outros”, disse. “O mais importante julgamento que o ser humano faz é o julgamento que faz de si mesmo, que pode ser responsável tanto pelo nosso sucesso quanto pelo nosso fracasso.” Também ressaltou que o combate à violência deve começar pela adoção de uma nova postura com aqueles que estão no nosso arredor. “Nós escrevemos na alma das pessoas. Por isso, precisamos cuidar com as palavras que voltamos aos outros.”

Em seguida, a psicóloga Susan Dettenborn abordou a questão do bullying. Defendeu que a temática precisa ser trabalhada com seriedade e não como uma brincadeira. Ela explicou que o bullying se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas. Para combatê-lo, mencionou que cada indivíduo precisa se colocar no lugar do outro. “Não devemos fazer com os outros o que não queremos para nós mesmos.”

Já a professora Marlei Tuchtenhagen, da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), explanou sobre a ‘Gestão de Conflitos’. Expôs o trabalho realizado pelo órgão por meio do recém-inaugurado Centro Regional de Gestão de Conflitos e Combate ao Bullying, em Santa Cruz do Sul, que tem o intuito de mediar situações de violência, indisciplina e bullying nas escolas da região. Além disso, informou sobre o modo de trabalho das Cipaves junto às escolas estaduais.

Por fim, o capitão da Brigada Militar, Fábio Bilhar, debateu sobre o trabalho da Brigada Militar enquanto defensora da segurança comunitária e disse que a ideia é estreitar o diálogo do órgão de segurança pública com as instituições de ensino. Entre outros questões, alertou sobre o perigo do uso das drogas, sobretudo o crack.