O levantamento feito pelo Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) prevê que as instituições tenham um reajuste de 11,5% nas mensalidades no próximo ano. A pesquisa feita ouviu 101 escolas associadas a entidade sindical de todo o Estado, no mês de novembro. Na Capital do Chimarrão, o reajuste também já foi calculado e começa a valer em 2017.
O presidente do Sinepe/RS, Bruno Eizerik, em entrevista publicada no site do sindicato, explica que as mensalidades escolares são fixadas por cada instituição de acordo com sua planilha de custos, investimentos previstos, e avaliação da comunidade em que está inserida. “O Sinepe/RS não tem qualquer ingerência sobre essa decisão, que é da mantenedora de cada escola.”
Em Venâncio Aires, o diretor do Colégio Gaspar Silveira Martins, Tiago Becker, afirma que está sendo previsto um reajuste de 10,5%. Becker destaca que em uma escola 60% dos custos são com folha de pagamento, porém, lembra que as instituições estão oferecendo cada vez mais atividades curriculares: “Nós não temos apenas 25 horas aulas no ensino médio, são 35”, explica. Porém, o reajuste de 2017 deve ser menor do que o deste ano que foi de 11%.
No Colégio Oliveira Castilhos está previsto um aumento de 12%, de acordo com o presidente da Cooperativa de Profissionais de Educação de Venâncio Aires (Coopeva), Engelberto Henn. O aumento se dá pelo turno integral oferecido e, também, pela alimentação inclusa na rotina do estudante e outros investimentos na parte física feitas na instituição. Em contato com o colégio Bom Jesus foi informado à reportagem que estes valores não podem ser divulgados.
Perspectiva de crescimento
Outro dado levantado pelo Sinepe, é a perspectiva de crescimento das escolas no próximo ano. Das respondentes, 38,8% estimam crescer até 5% e 36,7% acreditam que devem manter o número de alunos ou registrar queda de até 5%. “As escolas imaginam retomar aquela linha de crescimento do ensino privado dos últimos anos, interrompida no ano passado pela crise que assolou o país e teve reflexo nas instituições de ensino. Essa previsão de crescimento modesto, ou mesmo o não crescimento, é um resultado do que o país vive”, alega Eizerik.O site do Sinepe diz que em relação aos custos, o que mais deve impactar o orçamento das escolas em 2017 é a folha de pagamento, repetindo o que ocorreu neste ano. Ela representa 2/3 do orçamento das instituições. O segundo maior custo será com infraestrutura e, em terceiro, investimentos em tecnologia. “Educação é um serviço, e por isso o gasto com pessoal tende a ser, mesmo, o maior custo. Mas existe a necessidade de fazer investimento constante em infraestrutura e em tecnologia, pois os equipamentos se tornam obsoletos rapidamente.”