Para Bohn, representar a Seleção Brasileira é um orgulho imensurável. (Foto: Arquivo pessoal)
Para Bohn, representar a Seleção Brasileira é um orgulho imensurável. (Foto: Arquivo pessoal)

Venâncio Aires - O Dr. Daniel Bohn, nascido em Venâncio Aires, conquistou o título da Liga Evolución como médico da Seleção Brasileira de Futsal Sub-20 e Principal (Sub-23). A competição foi realizada entre os dias 12 e 16 de novembro, em Caracas, na Venezuela. Esta foi a primeira passagem do profissional pela amarelinha.
Com passagem pelas categorias de base do Esporte Clube Guarani e Assoeva, Daniel teve lesões ortopédicas graves e passou por cirurgias no quadril ainda com 17 anos. “Era a mesma lesão do tenista Guga”, comenta.

Então, decidiu seguir a carreira de médico para tratar lesões com as que tinha e permitir que outros pudessem voltar a fazer o que ele mais gostava – jogar futebol – e as lesões haviam impedido.
Daniel foi aprovado em sete faculdades de medicina, e realizou a graduação na Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) rankeada entre a melhores universidades do mundo.

Ao longo da gradução, foi o único a ganhar duas vezes a maior competição entre estudantes da área da saúde do país – as Olimpíadas de Anatomia da editora Elsevier -, tendo concorrido com mais de 15 mil participantes. Como prêmios foi aos EUA e Europa como monitor em cursos e embaixador da maior produtora de conteúdo científico do Mundo. Além disso, foi vencedor da Olimpíada Universitária de Ortopedia da PUC-Campinas, a maior competição acadêmica na área, tendo sido o único a ser premiado duas vezes com os maiores rankings.

Em sua infância em Venâncio Aires, Daniel morou com seus avós – Gercy e José Pedro Strohschoen (Juquinha) -, pois havia sofrido um acidente com seu pai que ficou em estado de coma por 15 anos. A mãe Ana Maria Strohschoen viajava constantemente a congressos como professor universitário e fazendo doutorado. Durante a infância em Venâncio, os avós lutavam contra o câncer e Daniel presenciou a luta diária, se dividindo entre o esporte e estudos. A mãe e avós eram professores e sempre incentivaram e cobravam o estudo. Então, seu avós falecerem e Daniel seguiu sua formação. Enquanto que o pai era cuidado no Hospital São Sebastião Martir, o mesmo veio a falecer quando Daniel estava realizando parte de sua formação nos Estados Unidos.

Durante sua formação, Daniel ficou em 1º lugar de sua turma e conseguiu o direito de completar sua formação no maior hospital 100% SUS do sul do país em Porto Alegre – lá teve a chance de atuar junto do médico que havia operado o Câncer de seu avô e extendido a expectativa de vida de 6 meses para 7 anos, período em que o avô pôde ser como um pai para Daniel.

A convocação como o médico mais jovem a ser o único a cuidar de toda delegação da Seleção Brasileira em uma competição internacional, representa a determinação e foco do venâncio-airense que dedicou a sua vida à medicina com objetivo de superar lesões como as que teve que o impediram de fazer o que mais gostava. Daniel Bohn continua escrevendo sua história e inspirando jovens da região. O futuro promete grandes emoções para o esporte e a medicina deste venâncio-airense.