Durante a reunião do Conselho Comunitário das Regiões de Rodovias Pedagiadas (Corepe), trecho 8, representantes da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) sinalizaram a possibilidade, de convênio para que a União inclua rodovias federais gaúchas em pacotes de concessões. Pelo menos cinco trechos seguem sob análise, quatro federais, e a RSC-287, para garantir efetivação da duplicação dos 150 quilômetros sob responsabilidade da estatal.

O governo do Estado articula para que trechos de rodovias federais devolvidas à União sejam administrados pela iniciativa privada outra vez, o que traria a volta dos pedágios. Segundo informações da Secretaria Estadual de Transportes e Mobilidade, técnicos do governo federal consideram viáveis e atrativas novas concessões das BR-386, 116, 290 e 285, que tiveram contratos encerrados em 2013.

Para garantir investimentos maiores infraestrutura, alguns representantes do poder público apoiam a inclusão no pacote da RSC-287, que atualmente é de responsabilidade do governo gaúcho, mas poderia ser repassada para a União, na tentativa de privatizar o trecho entre Montenegro e Santa Maria, que está nas mão do Estado.

Durante a reunião do Corepe nesta terça-feira, 12, o diretor técnico da EGR, Milton Cypel, admitiu as tratativas para incluir a RSC-287 em um pacote de concessões do Governo Federal. Segundo ele, a proposta é apontada com uma solução para obras de maior valor. “O governo estadual quer trabalhar a 287 para ser incluída no pacote. Na minha opinião é uma solução para a rodovia. é uma ideia embrião e uma nova opção, vamos avaliar todas as possibilidades.”

São alternativas avaliadas,” diz presidente da EGR

O diretor presidente da EGR, Nelson Lídio Nunes, afirma que o governo estadual tem buscado alternativas para garantir investimentos. Segundo ele, a RSC-287 não possui mais capacidade para o trânsito, entretanto, a duplicação do trecho administrado pela empresa não seria viável somente com a arrecadação das praças de pedágio de Venâncio e Candelária. A estimativa inicial é de que o investimento exigirá R$ 300 milhões. “A nossa preocupação é de encontrar melhorias aos usuários das rodovias, estamos em um momento inicial de alternativas para garantir investimentos. A opção de repassar a estrada para União é uma delas, porém, segue em conversas iniciais.”

A indefinição do Governo Federal sobre os trechos que serão concessionados em um novo pacote no Rio Grande do Sul, acaba emperrando as tratativas do governo gaúcho. “Não temos um posicionamento sobre os projetos federais, no momento em que houver esta definição iremos avaliar as possibilidades,” destaca.

Corepe defende manutenção do modelo

O presidente do Corepe, trecho 8, Luciano Naue, afirma que a proposta de repassar a rodovia para a União, e posterior privatização, precisa ser discutida com a comunidade regional. Para ele, o modelo atual tem garantido alguns investimentos, e pode ser aprimorado, levando-se em conta as prioridades de investimentos encaminhadas pela região. “Bem ou mal a 287 tem tido uma manutenção e pode ser aprimorada. A manutenção deste modelo é uma forma de garantir a participação da comunidade nas decisões de utilização dos recursos do pedágio. Se for privatizado teremos aumento nos valores cobrados nas tarifas novamente.”

Conforme Naue, a preocupação é da União não efetivar bons contratos e a rodovia voltar aos moldes de anos anteriores. “Em pouco mais de um ano da EGR conseguimos garantir a obra do viaduto Fritz e Frida, em 15 anos da concessionaria anterior, não instalaram uma sinaleira. é preciso avaliar a possibilidade de repassar para a iniciativa privada a rodovia, já que o trecho para duplicação mais emergencial é entre Venâncio e Santa Cruz, em torno de 25 quilômetros.”Para o dirigente, com a conclusão da obra do viaduto, e a sua quitação, será possível pensar nos próximos investimento com os recursos arrecadados pelas praças de pedágio.