Foi assinado na semana passada, um acordo de cooperação técnica entre a Emater/RS-Ascar e a Embrapa Milho e Sorgo para a instalação da primeira biofábrica no Rio Grande do Sul. Assinaram o presidente da Emater/RS, Lino De David, e o chefe-geral da Embrapa Milho e Sorgo, Antônio álvaro Corsetti Purcino. O ato foi na sede da Embrapa Trigo, em Passo Fundo, durante o evento de Capacitação em Manejo Integrado de Pragas (MIP), que reúne mais de 200 pessoas, entre técnicos e pesquisadores de vários estados do Brasil.
A biofábrica, que deve ser inaugurada no mês de agosto, vai funcionar em Montenegro, com a criação de vespas Trichogramma, utilizadas no controle biológico de várias espécies de lagartas que atacam culturas de grãos e hortaliças. Até então, inóculos das vespas eram comprados de biofábricas de Minas Gerais e São Paulo, chegando com atraso para o controle de pragas, como no caso da helicoverpa e falsa medideira, que causaram prejuízos na última safra, limitando iniciativas de MIP.
Para De David, essa parceria entre as instituições cumpre uma função pública, que é colocar a informação e a tecnologia da pesquisa e da extensão a serviço dos agricultores. “O tema dos agrotóxicos nos incomoda muito. O RS é campeão brasileiro no uso de agrotóxicos. Talvez daqui a 10 ou 15 anos vamos ter noção do que significou essa decisão política e essa iniciativa da biofábrica”, disse.
Segundo De David, o grande problema de logística com o Trichogramma vindo de SP, no ano passado, gerou a demanda. “Buscamos a solução e criamos uma política pública. A biofábrica foi lançada com o Plano Safra Estadual 2014/2015, em Canguçu. Para nós, faz parte de uma estratégia, de uma concepção de trabalho, de um processo que visa à produção de alimentos com qualidade, menor uso de agrotóxicos, com redução de custos e com sustentabilidade”, finalizou. O Plano Safra Estadual destinará R$ 2,74 bilhões para a agricultura familiar.