Ela cresceu dizendo que seria professora. O que era brincadeira de criança, anos depois se tornou realidade. Filha de mãe professora e de pai agricultor, Helena Beatris da Rosa teve influências dentro de casa para seguir esta profissão. Dos nove irmãos da família, quatro são mulheres e todas se tornaram professoras.

No entanto, a carreira de Helena junto à educação do município e do estado, teve várias interrupções, motivadas pela vida pública. Sua trajetória profissional está diretamente ligada a história política de Venâncio Aires, desde os anos 80. Esposa do ex-prefeito Almedo Dettenborn (PMDB) e mãe de Gustavo, 17 anos, Helena por diversas vezes ao longo de sua carreira de professora concursada, deixou a sala de aula para atuar pela educação na esfera governamental e também, para trabalhar pela causa social como primeira-dama. Cargo que lhe tornou reconhecida no município, especialmente pela sua atuação junto aos grupos da terceira idade e pela causa social.

Criada em Linha Travessa, interior do município, a filha de Dário (in memoriam) e Amélia, estudou até a 8ª série na escola Frida Reckziegel, de Vila Palanque. Fez o magistério no colégio Nossa Senhora Aparecida e ingressou no curso de Letras Português/Inglês na Universidade de Santa Cruz do Sul, onde se formou com 22 anos. Também concluiu uma pós-graduação em Literatura.

Mas antes mesmo de entrar na faculdade, Helena já lecionava. Sua primeira experiência foi na escola Jacob Becker, de Linha Marmeleiro, onde lecionou por um ano. Em 1981, entrou na faculdade e começou a lecionar na escola José Bonifácio, de Linha Areal. Um ano depois foi trabalhar na escola General Osório de Linha Travessa, educandário que a mãe lecionou por toda a sua vida. Â“é  a escola conhecida como a escolinha de dona Amélia. Ela deu aula lá por 30 anos”, conta. Neste mesmo ano ela  começou a trabalhar na secretaria municipal de Educação no governo do então prefeito Alfredo Scherer (PMDB). Com a vitória de Almedo Dettenborn, também do PMDB, nas eleições de 82, Helena continuou atuando na prefeitura. Em 1985, ela e o então prefeito, Almedo, constituíram união estável.

Nas eleições de 88, uma nova vitória do PMDB, desta vez com o filho de Alfredo Scherer, Glauco. Helena que tinha ido para atuar como secretária do prefeito Almedo, no governo Glauco volta para a secretaria de Educação. Foi a partir do segundo mandato de Almedo, nas eleições de 1992, que Helena passa a assumir o gabinete da primeira-dama.

Nas eleições de 96,  a vitória foi de Celso Artus, que foi vice-prefeito de Almedo no governo anterior. Helena voltou a atuar na secretaria de Educação. Em 2000, com a vitória de Glauco, que foi para o PTB, Helena começou a atuar na escola Brígida do Nascimento. Nas eleições de 2004, Almedo é eleito para o seu terceiro mandato e Helena assume como secretária -adjunta da Educação e também o gabinete da primeira-dama. Desde 2009, quando Almedo foi derrotado nas urnas, Helena atua na biblioteca da escola Brígida por 20 horas e está cumprindo licença-prêmio na escola José Duarte de Macedo, onde se aposenta pelo Estado no próximo ano.

Vaidosa, Helena gosta de praticar exercícios. Não é difícil encontrá-la nas ruas correndo ou fazendo caminhada. “é um dia sim outro não”, conta. Pessoa de sorriso fácil, ao analisar sua atuação pública, se considera uma primeira-dama que foi atuante. “Sempre estive no meio do povo. Hoje conheço todos os cantos do município, pois sempre estive acompanhando meu marido. Posso dizer que trabalhei pelo povo e sempre estive no meio dele”.

Mesmo fora do cenário político nos últimos quatro anos,  Helena não deixou de lado suas raízes solidárias. “Até hoje muitas pessoas nos procuram e sempre tenho esse compromisso de ajudar. Sendo primeira-dama ou não, sempre ajudei muita gente, dando comida, remédio, visitando na Páscoa, no Natal”.

Antes mesmo de se filiar ao PMDB, há 32 anos, Helena já participava de comícios  e se identificava com o partido. Se engana quem acha que suas inspirações são apenas do marido. A mãe de Helena, dona Amélia, também foi candidata a vereadora em 1972. Suplente, chegou assumir por um período na Câmara de Venâncio.

Sua identificação com a política e o trabalho que desenvolveu ao lado do marido Almedo e como primeira-dama, garantiu o reconhecimento nas urnas no último dia 7 de outubro, quando Helena concorreu pela primeira vez a vereadora e foi eleita com 673 votos. Aos 51 anos e com a experiência dos últimos governos, ela agora terá um novo desafio: legislar. Ela é uma das três mulheres que ocuparão o cargo na próxima legislatura e a única professora entre os 15 parlamentares. “A mulher sempre tem um olhar diferente, ela é mais sutil, sensível. Tenho certeza que nós três mulheres iremos  fazer a diferença na Câmara”.

Ela vai defender na tribuna

– EDUCAçãO –  como professora, considera a base de tudo a educação. Na Câmara quer representar os professores, defender acesso à educação infantil, e a qualidade do ensino com a ampliação de escolas de tempo integral. Também quer lutar pelo cumprimento da lei que destina uma terço da carga horário para atividades de planejamento e estudos;

 – SAúDE – quer buscar soluções para o término das filas nos postos de saúde, bem como, propor  mas agilidade no repasse de remédios e na espera de cirurgias eletivas;

 – SOCIAL – quer propor projetos e ações que visam diminuir as diferenças sociais, proporcionando melhor qualidade vida e também, apoiar e defender os direitos das pessoas da terceira idade.