O rosa, roxo e amarelo de alguns tipos de flores, como ipês, já dão um colorido nas ruas e no meio ambiente. Mas um inverno com cara de primavera não costuma ser comum. Neste ano, por exemplo, ocorreu a antecipação da floração. Em meio às belezas da paisagem, também surge uma preocupação referente à “Mãe Natureza.” E se fizer frio de novo, quais as consequências?
Para o botânico e professor da Universidade de Santa do Sul (Unisc), Jair Putzke, a explicação da floração precoce está relacionada à falta de frio neste inverno, bem como, o comprimento do dia. Segundo ele, se o frio desaparece, as plantas começam a estimular as gemas. A florada está antecipada não só no Brasil, mas, também, em todo o planeta, inclusive no hemisfério norte.
Esse fenômeno já ocorre há alguns anos, mas cada vez mais cedo. As flores, deveriam dar as caras apenas no fim deste mês, mas as ‘belezinhas’ preferiram surgir antes.
Jair explica que a floração está, no momento, cerca de 20 dias adiantada e o tempo de duração das flores depende de cada uma delas. “Os ipês, por exemplo, já caem agora, mas as orquídeas podem demorar um pouquinho mais”, comenta.
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BOM E RUIM
Embora seja bonito ver o colorido das flores tomar conta dos espaços, a antecipação pode trazer algumas desvantagens. Por exemplo, caso o frio volte, frutos podem ser perdidos, as flores correm o risco de queimar com a geada, ou, se estiverem prontas para serem fecundadas, a fecundação pode não ocorrer, porque os insetos e animais que contribuem para o transporte do pólen se recolhem, muitas vezes. Deste modo, a polinização também pode ser prejudicada, além da própria formação do fruto.
Mas se existe desvantagem, é porque também há um lado positivo diante de todo esse fenômeno. De acordo com o botânico, a florada antecipada é vantajosa, porque fornece com antecedência alimento à fauna. Embora os animais não esperassem por isso, eles se reorganizam. “A princípio, tudo se reorganiza em função disso”, observa.
DATA:
A primavera iniciará oficialmente no dia 23 do próximo mês
