Família de Douglas Michael Alves dos Santos, 22 anos, constituiu advogado e ingressou na Justiça Civil para cobrar indenização do município de Mato Leitão e da Sociedade Esportiva União Boa Vista (Seubv) pela morte do jovem.
Ação está na 2ª Vara da Comarca de Venâncio Aires. O inquérito que apura a morte de Douglas tramita na Delegacia de Polícia. Segundo o advogado Paulo Mathias Ferreira, a ação se refere à negligência do município e da sociedade. O primeiro, por não ter fiscalizado e permitido que fosse realizado o evento naquela sociedade; e o segundo, diz o advogado, por não ter adotado as medidas necessárias. Ferreira menciona que no dia da morte de Douglas, o salão estava super lotado e não haviam seguranças suficientes. Mesmo que o crime tenha acontecido do lado de fora do salão, ele entende que as duas partes têm responsabilidades pelo ocorrido. A ação pede danos morais e patrimoniais. Ao encaminhar à Justiça, Ferreira estipulou um valor indenizatório de R$ 535 mil. Contatado pela reportagem, o presidente da Seubv, Anselmo Hillesheim, preferiu não se pronunciar, já que ainda não foi notificado. A ação é semelhante à impetrada pela família do jovem Rodrigo de Souza Malheiros, morto na madrugada de 7 de março de 2000, na saída de um baile de Carnaval, em Linha Arroio Grande. O processo está no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e, segundo apurado, há grandes chances de retornar para que a área da sociedade seja leiloada, e, assim a família seja ressarcida.Hoje, a ação ultrapassa os R$ 250 mil.
RECONSTITUIçãO
Perguntado sobre o andamento do inquérito policial, o delegado Felipe Staub Cano disse que só aguarda pela reconstituição para dar encaminhamento ao caso. “Não posso finalizar o inquérito antes que seja feita a reconstituição, pois há situações que precisam ser esclarecidas”, explicou. Cano vai fazer a reconstituição durante a noite, para retratar a situação o mais próximo de como aconteceu no dia do crime. Ele se baseia em relatos de testemunhas para tentar esclarecer como realmente o jovem foi morto, por que e, se possível, por quem. No entanto, o titular da Delegacia de Polícia observa que enquanto persistir o impasse quanto ao parcelamento dos salários, os peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) não farão a reconstituição.
RELEMBRE O CASO
Douglas foi morto por volta das 4h, do dia 12 de abril passado. Ele e um grupo de amigos participaramde um evento na Seubv e, ao final, se preparavam para voltar a Venâncio Aires, em uma Topic, quando o jovem foi em direção ao estacionamento, onde tudo aconteceu. Testemunhas relataram que ele foi urinar e acabou sendo agredido por dois brigadianos, que estavam de folga e participaram do baile. Os acusados, no entanto, negam a agressão. Conforme o advogado, ele morreu por asfixia.