Polícia faz um levantamento dos últimos passos de Iara Rosângela da Silva de ávila, 50 anos, para tentar desvendar o mistério, que amanhã completa 40 dias. Ontem, com o surgimento de novas provas – e que são mantidas em sigilo -, o filho dela conversou com os agentes do Setor de Investigações (SI) e deu detalhes da vida da mãe, assim como informações sobre o seu dia-a-dia.
Diogo Ariosto da Silva ávila, 26 anos, guarda no seu celular as mensagens enviadas do aparelho da mãe, 18 dias depois do seu sumiço. Para ele, não foi ela que escreveu os textos. “Ela não sabia mandar mensagens e também não usava alguns termos que foram colocados”, garante.
Por outro lado, Diogo tem certeza de que foi ela que pediu para alguém enviar as mensagens. “Sei que não foi ela que escreveu, mas também tenho certeza de que ela pediu para alguém escrever, pois há coisas ali que só ela sabia”, mencionou o rapaz.
Durante cerca de uma hora, Diogo conversou com o investigador Paulo Ullmann, chefe do SI, e com o inspetor Cassiano Dal Ongaro. Forneceu contatos telefônicos de pessoas com as quais sua mãe tinha amizade e se relacionava e mostrou as mensagens recebidas na manhã o dia 18 de agosto.
Além dele, receberam mensagens a sua esposa, o companheiro da sua mãe e uma irmã dela, que reside em Charqueadas. Cada uma com um teor.Ao companheiro, que reside no interior do município, disse que sabia que ele possuía outra mulher. “E também pediu para que devolvesse todas as coisas dela, que estavam com ele”, revelou.
Diogo tem em seu celular a mensagem que, supostamente, a sua mãe enviou para a mulher dele. O texto diz que ela está bem, pede para tratar o Bobe (cão) e diz que está cuidando de uma senhora.
Para o rapaz, isso explica o fato da mãe não ter feito nenhum saque bancário. “Ela deve estar cuidando de alguma idosa e usando este dinheiro para se manter, pois quando saiu de casa, levou junto a sua carteira, que continha cerca de R$ 400 e os cartões bancários”, contou o rapaz.
Diogo explica que a mãe, além das suas economias e do seu salário na empresa onde trabalhava, recebia uma pensão do seu falecido pai. “Mas não foi feita movimentação alguma”, diz.
Sumiço
Na noite anterior ao sumiço, Iara ligou para uma das suas irmãs, que mora em Charqueadas, e disse que não estava bem e que iria se suicidar. Na mesma noite, a mulher ligou e relatou a Diogo a angústia de Iara.
Diogo, que trabalha durante a madrugada como frentista de um posto de combustível, já estava na cama quando a tia ligou. Ele acordou e foi falar com a sua mãe, que mora em uma casa, nos fundos do seu terreno, no bairro Coronel Brito. “Pedi para ela se acalmar e dormir e disse que voltaria para vê-la na manhã do dia seguinte.”
Mas Diogo não sabia que não veria mais a mãe naquela dia. Ao retornar, pouco depois das 6h, não a encontrou em casa. E, desde então, vive a angústia de não saber o que realmente aconteceu com a mãe.
Ele acredita que a mãe está viva e não quer ser encontrada. No entanto, referiu aos agentes do SI que sempre pedia para a mãe tomar cuidado, pois o trajeto que fazia, diariamente, entre a casa e o trevo do bairro Coronel Brito, onde se encontrava com uma colega de trabalho, era perigoso. “E aquele dia ela saiu bem mais cedo, ainda escuro e não se encontrou com a amiga”, informou Diogo.
A Polícia Civil trabalha e tem informações que podem ajudar a esclarecer o caso. No entanto, elas não serão reveladas, para não atrapalhar o andamento das investigações.