
O dia tão esperado pelos tradicionalistas chegou – o 20 de setembro. É hoje que ocorre o ponto alto das comemorações com o Desfile Temático, em homenagem aos ‘Farroupilhas: idealistas, revolucionários e fazedores de história’. Na rua Osvaldo Aranha, em Venâncio Aires, 13 entidades tradicionalistas reverenciam a data, a partir das 9h, começando o desfile na esquina da rua Barão do Triunfo, no sentido Parque do Chimarrão.
Entretanto, além dos festejos, outros momentos unem os tradicionalistas com linguagem própria, símbolos, e rituais de fé, por meio da missa crioula e o sacramento do batismo. Momentos que podem ocorrer a qualquer tempo, segundo o padre Aldo José da Silveira, 68 anos, ordenado em 1978. Desde então, ele se dedica também às missas crioulas, batizados e casamentos, com ritos gauchescos. O sacerdote estima que cerca de 40 batizados já tenha realizado. Hoje, padre Aldo, a preceito, celebra a missa crioula e mais dois batizados no Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Chaleira Preta. A cerimônia religiosa ocorre às 11h, no galpão da entidade, em Linha Bem Feita.
Sentido espiritual

Segundo, padre Aldo, o sentido espiritual da missa crioula e do batizado são os mesmos das cerimônias católicas, o que muda são alguns simbolismos, o ambiente e o palavreado, “mas a essência não muda”, destaca. Ele acrescenta, ainda, que para batizar a criança na missa crioula, os pais e padrinhos precisam pertencer a uma comunidade e ter toda a preparação, pois a criança levada ao batismo é membro de uma comunidade, e vai vivê-lo na origem de seus pais, mesmo que seja batizada em um CTG. “Ela [criança] está em comunhão e fica em comunhão com a sua comunidade”, observa. Por isso, uma vez batizada no rito crioulo, o sacramento vale para sempre. É uma só vez.
De pilcha, aos dois meses, Murilo recebe o sacramento

O piá Murilo Maggioni Steffen, que nasceu no meio tradicionalista, no dia 13 de julho de 2016, filho de Larissa Maggioni Steffen e Gabriel Jantsch Steffen, foi levado à pia batismal gauchesca no dia 16 de setembro, do mesmo ano. O ato ocorreu durante missa crioula, realizada pelo Grupo de Artes Nativas (GAN) Estância Nativa, de Vila Estância Nova. “Como somos apaixonados e sempre estamos presentes no meio tradicionalista, já idealizamos antes mesmo do Murilo nascer”, destaca a mãe. O pai Gabriel foi integrante do grupo desde piá, e a mãe Larissa entrou para a invernada, na adolescência. Os padrinhos do Murilo também são membros da entidade e da comunidade. “Formamos uma só família. Pessoas que amamos e que fazem parte da nossa história”, relata. O casal, que atualmente está à frente da entidade, um legado da avó Marisa Steffen, acredita que se deve desde cedo incentivar essa nova geração, “para que eles continuem levando este legado deixado pelos nossos antepassados, de amor a nossa cultura” destaca, Larissa.
Pensamos que nada mais justo e lindo fazer o batizado do nosso piá durante uma missa crioula” Larissa Maggioni Steffen – mãe do Murilo
ORDEM DO DESFILE TEMÁTICO
Data: 20 de setembroInício: 9h (a partir da esquina – Barão do Triunfo, sentido Parque do Chimarrão)
Bandeiras (Brasil, Rio Grande do Sul, Município e ATVAChama Crioula, conduzida por três gerações: Ana Julia dos Santos, Silvio e Orlando dos SantosPatrono, Libório Wilges, Prendas e Peões da ATVA e diretoria, coordenadoria da 24ª Região Tradicionalista e representantesPrefeito, secretários municipais e vereadores
Entidades:CTG Chaleira PretaGDT Terra do Chimarrão e Piquete Regalo CampeiroPiquete Cavaleiros da Estrada CTG Erva-MateCTG Lenço BrancoPiquete Machry e DTG Piazito da TradiçãoCTG Pousada do CapãoPiquete Parceria Campeira e CTG Querência da MataCPF Terra de Um Povo Piquete Sinuelo de Tropa