‘Quem gosta da cachaça pode aproveitar, que hoje a festa é open bar. Gatinha pó beber, vamo zoar, que hoje a festa é open bar…’. Esta é uma das estrofes de uma das inúmeras músicas que fazem apologia as festas onde a bebida é liberada. E é nesse ritmo que muitos jovens de Venâncio frequentavam eventos nos quais é necessário pagar um determinado valor que correspondia ao ingresso e a bebida que podia ser consumida à vontade.

Enquanto uns bebiam o que achavam suficiente, outros se esbaldavam e não sabiam a hora de parar, gerando assim, uma grande dor de cabeça para pais e/ou responsáveis e até aos promotores do evento. A situação piorava ainda mais quando o envolvido era menor de idade.

A fim de evitar essas situações e indo ao encontro de lei federal que estabelece a proibição da venda de bebida alcoólica para menores de 18 anos, a juíza Maria Beatriz Londero Madeira, da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Venâncio Aires, assinou portaria que regulamenta e proíbe o acesso de menores à festas Open Bar.

“Era uma opção de festa barata”

Para a estudante Monique Evelin Thiesen, de 16 anos, a determinação tem os dois lados. “O lado bom é que tem certos adolescentes, que bebem exageradamente e acabam brigando ou discutindo na festa, o que acaba atrapalhando o evento e com essa proibição, isso já não acontecerá mais. O lado ruim, é que menores como eu que tenho 16 anos, querem apenas se divertir e com essa lei, não podemos mais nem entrar, o que me deixou chateada.”

Monique, que frequenta festas desde os 15 anos enfatiza que depende da consciência de cada um. “Tenho amigos que consomem muita bebida alcoólica em festas. Eu consumo bebida alcoólica, mas sei quando devo parar de beber.”

O promotor de eventos, Diego Shymatta, ressalta que “os maiores de idade tem a opção de curtir inúmeras festas na região, saindo de Venâncio, já o menor não. Isso limita muito as opções para os menores na cidade, o que acaba desencadeando coisas piores, pois poderão criar raves escondidas, bebem na rua, sem o pai saber onde anda seu filho. Não que o jovem deva beber, mas as dificuldades impostas para o jovem de menos de 18 anos para ingressar nas festas hoje estão limitando a diversão dele.”

Para Diego, a educação vinda de casa junto com uma boa organização do evento, resultam em em uma diversão sadia para todos. “Acho que parte da educação vinda dos pais, além disso na minha festa open bar, por exemplo, ninguém entrou em coma alcoólico, não deu brigas, porque havia um controle, bebida só era entregue na mão de maior de idade que tinha um carimbo na mão, dificultando a chegada de bebida nas mãos do menor”, conta Diego.