Em reunião realizada na segunda, 27, junto à sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) em Porto Alegre, os coordenadores das 23 Regionais Sindicais optaram por temporariamente cancelar a vigília, programada para acontecer junto a dele do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), na capital gaúcha. “A definição se fez pertinente, haja vista que as negociações em Brasília tomaram outro rumo e os recursos para a aquisição de terras que normalmente advinham do fundo de terras, coordenado pelo MDA, agora passou a ser de exigibilidade bancária”, frisa a secretária do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Venâncio Aires (STR) Sandra Wagner.

Frente à dificuldade de negociação com o Ministério da Fazenda para a liberação de recursos indispensáveis para a continuidade do programa de Crédito Fundiário, a direção da Fetag e os coordenadores regionais definiram adotar uma nova estratégia de ação. “Todos concordam que devemos lutar para manter o programa que é essencial para garantir a permanência do homem no campo, especialmente a juventude rural”, observa Sandra. Ela acrescenta que alguns pontos precisam ser negociados com o governo, como a permanência do rebate para aqueles agricultores que pagarem as suas terras em dia; que o teto mínimo de comprovação de patrimônio seja de R$ 100 mil; que a própria área de terras seja usada como garantia de financiamento e que as terras compradas pelos jovens, os recursos advenham do fundo de terras.
Ainda, no entender das lideranças reunidas, nesse primeiro momento o Movimento Sindical estará cedendo no prazo de pagamento, cuja proposta era de 35 anos e nos juros de 5,5% ao ano. Ficou definida uma nova estratégia de ação, ou seja, o Movimento Sindical gaucho estará participando da quinta edição da Marcha das Margaridas, programada para os dias 11 e 12 de agosto. Desta forma, frisa Sandra, será feita uma mobilização de agricultoras (es) junto ao Ministério da Fazenda, no dia 11, com o reforço de líderes e agricultores dos estados de Santa Catarina e Paraná, que comungam dos mesmos problemas enfrentado pelo Rio Grande do Sul. Uma comitiva, formada por líderes do Estado estará negociando a pauta de reivindicações com a direção do Ministério da Fazenda.