É com um sorriso no rosto, um chimarrão quentinho e um bolo feito em casa que Mônica Cristina Fernandes de Moraes, 40 anos, recebe os visitantes, na propriedade rural em Linha Estrela, no interior de Venâncio Aires. “Aqui, as pessoas podem reviver a infância e mostrar para os filhos como é comer bergamota no pé e pegar um ovo de galinha no ninho”, diz a agricultora.
A família de Mônica é uma das nove participantes Bergamoteando de Inverno – Sistema Colhe e Pague. O projeto, encabeçado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo e pela Emater/RS-Ascar, começou em junho e se estende até o último fim de semana deste mês. Por meio dele, propriedade rurais recebem visitantes todos os sábados e domingos, das 13h às 17h.
Além de conhecer os locais, as pessoas têm possibilidade de adquirir laranjas, bergamotas e outros produtos que elas mesmas podem colher – experiência que nem sempre é possível para quem vive na área urbana. “Pode-se ir ao supermercado comprar uma bergamota ou morangos, mas o deslocamento para o interior permite interagir com os produtores no cenário real, conversar sobre a safra e ter a experiência de colher o alimento”, compara a coordenadora do departamento de Turismo de Venâncio Aires, Angélica Diefenthäler.
De acordo com ela, a interação das crianças com animais das propriedades têm sido um dos destaques do Colhe e Pague. “Os pais que levam seus filhos, adoram a experiência.” Mônica confirma: “Eles se sentem felizes por poder mostrar para os filhos como é a vida no interior. As crianças ficam encantadas de tratar os animais, brincar com as ovelhas”, garante.
Além do contato com os bichos, a oferta de produtos fresquinhos, direto da lavoura, é outro aspecto de destaque da iniciativa. Para Mônica, tanto os consumidores quantos os produtores ganham com isso. “Isso agrega, pois sempre traz uma contribuição para a renda da propriedade. Também conversamos, nos divertirmos e podemos falar sobre o nosso trabalho”, afirma Mônica, que, junto do marido Antônio Juarez de Moraes, 44 anos, produz arroz, soja, hortaliças, morangos, cítricos, frutas e ovos, entre outros produtos.
Satisfeito com a experiência do Colhe e Pague, o casal já planeja ampliar as atividades, incluindo a pesca no açude nas opções para os visitantes. “Nossa ideia é continuar com as visitas agendadas, mesmo depois do encerramento do projeto.”
>> R$ 10 é o valor da taxa de visitação, por família ou automóvel. O valor inclui degustação de bergamotas e laranjas. Também é possível realizar a colheita e aquisição de produtos, pagos separadamente.
Agendamento
Embora as nove famílias participantes do Bergamoteando de Inverno estejam apostando no turismo, essa é uma atividade a mais para os produtores, que têm a agricultura como principal fonte de renda.
“Eles sempre estão envolvidos em muitas atividades. Por isso, adotamos a ideia do uso de um avental, que é colocado para recepcionar os visitantes. É diferente de um restaurante, onde os garçons já estão sempre arrumados à espera dos clientes”, explica a coordenadora municipal de Turismo, Angélica Diefenthäler.
Ela também ressalta a importância do contato com os empreendedores, por ligação telefônica ou WhatsApp, para agendar a visita. “Cada propriedade apresenta características diferentes, por isso é importante o contato prévio para certificar-se da disponibilidade de alguns produtos que dependem de maturação, como por exemplo, morangos e bananas”, observa.
Para Angélica, apesar de o número de visitantes nos primeiros fins de semana ter ficado abaixo da expectativa, principalmente, por conta da instabilidade do tempo, a avaliação do projeto é positiva. “Assim como para os visitantes é uma novidade, a maioria dos empreendedores também não tinha experiência na área turística. Alguns querem manter a experiência e já pensam até mesmo em ampliar”, comenta.
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Passeio de kombi
Na tarde de domingo, 15, o Centro de Atendimento ao Turista (CAT) promove um passeio de kombi para a propriedade de Rosmar e Carmen Wessling Penck, uma das participantes do Bergamoteando – Sistema Colhe e Pague. No retorno, também será feita uma parada na propriedade de Arno e Legi Maggioni, em Arroio Grande.
Propriedades participantes
1 A propriedade de Antônio e Mônica Cristina Moraes, em Linha Estrela, oferece a colheita de alface, morango, bergamota e outros cítricos. Um galinheiro com mais de cem aves proporciona a colheita de ovos. Complementa o cenário, um açude para pesca e dóceis ovelhas no campo. Telefone: 99229 2244.
2 Na propriedade de Leandro Hickmann e Carina Pires, localizada em Linha Antão, o visitante é recepcionado por um simpático casal de gansos, o Dunga e a Branca. No pomar, há bergamota, laranja, limão, maracujá, chuchu, cana-de-açúcar, uma estufa de morangos e, em maturação, a banana chocolate e o phisalis. Telefone: 99227 3087.
3 Em Linha Isabel, está a propriedade de Rosmar e Carmen Wessling Penck. A caminhada até o pomar é marcada por uma trilha de singular paisagem, de morros, araucárias, vegetação arbórea nativa, amoras silvestres, bananeiras, abacateiro e um pomar de cítricos. A família interage em dialeto alemão com os visitantes. Telefone: 99792 8711.
4 Em Arroio Grande, os visitantes são recebidos por Arno e Ledi Maggioni. Além da colheita de cítricos, encontramos morangos, carambola e nozes, além de cucas, pães e bolachas da agroindústria familiar. Para as crianças, um divertido passeio de carroça. Telefone: 99789 9071.
5 Na Chácara do Mel, em Linha Travessa, o casal Ilônia e Lauro Rudiger recebe os visitantes em sua florida propriedade. Além da colheita de cítricos, os visitantes podem conhecer as diversas espécies de abelhas sem ferrão e o seu modo de organização e produção de mel. Telefone: 99827 1412.
6 Em Vila Palanque, o casal Sérgio e Marilene Coutinho Mees acolhe os visitantes para a colheita paga de cítricos, hortaliças, temperos diversos e Plantas Alimentares Não Convencionais (Pancs) da época. Também há venda de conservas e compotas produzidas pela agroindústria familiar com os produtos cultivados na propriedade. Telefone: 99620 1316.
7 Quase na divisa com Linha Herval, o casal Raul Coutinho e Janaina Stein recebe os visitantes no pomar da propriedade, oportunizando a colheita de cítricos, aipim e hortaliças. Além da experiência de tratar os peixes no açude da propriedade. Telefone: 99695 5692.
8 Em Linha Silva Tavares, o casal Rogério e Rejane Schwinn recebe o público na Figueira Centenária. De generosa copada, a figueira abriga bancos e mesas para acomodar os visitantes, em meio a muito verde. O local oferece locação de churrasqueiras, mirante, balanços, trilha ecológica e a colheita paga de frutas e hortaliças da estação. As crianças podem tratar as galinhas, peixes e os porquinhos. Telefone: 99192 2933.
9 No distrito de Vila Deodoro, o casal Clóvis e Flávia Eggers recebe os visitantes no Mirante Lauro Erdmann. No local, há venda de rapaduras, puxa-puxa e derivados do melado produzidos na agroindústria da família, bergamotas e produtos coloniais locais. O empreendimento oferece locação de churrasqueiras nos finais de semana e um espaço para chimarrão. Do alto do mirante, avista-se o município e toda a exuberância da região serrana. Telefone: 99863 5599.
