No jogo entre Inter x Cruzeiro, pelas quartas de final do Gauchão, na noite de quarta-feira, 8, a arbitragem roubou a cena. O jovem árbitro Diego Real foi alvo de muitas e muitas críticas depois do Inter conseguir empatar o jogo, quando estava perdendo por 2 a 0 e se classificar às semifinais depois de bater o adversário nas penalidades por 3 a 1.

O rebuliço todo iniciou quando foi marcado o primeiro pênalti a favor do time de Diego Aguirre aos 11 minutos do segundo tempo, quando a equipe azul já vencia por 2 a 0. D’Alessandro cruzou, a bola bateu no braço de André e o árbitro assinalou a irregularidade e advertiu o zagueiro do Cruzeiro com cartão amarelo. O capitão colorado bateu para fora e desperdiçou a oportunidade. Aos 29, em um lance bastante semelhante ao primeiro, o juiz assinalou novo pênalti. Desta vez, quem bateu foi Lisandro López, que descontou. E o zagueiro André acabou expulso, pelo segundo amarelo. Com o adversário com um a menos, o Inter se lançou ao ataque, conseguiu o empate e levou a decisão da vaga para as cobranças de pênaltis, e claro, com o fator emocional do grupo de jogadores do Cruzeiro abalado, a experiência dos atletas colorados falou mais alto. Vaga nas semifinais, como já era de se esperar, do Inter.

Agora, pelo futebol apresentado em campo, sem ter os dois pênaltis a seu favor, o Inter nunca teria chegado ao empate.

De acordo com analistas e comentaristas de arbitragem as duas penalidades foram assinaladas corretamente. “Conforme as novas determinações da Fifa, ambos os lances foram de pênalti. Se o jogador fizer um bloqueio imediato ou se o jogador se atirar contra a bola, e ela estiver no caminho do gol, o pênalti deve ser marcado. Foi o que ocorreu nas duas jogadas”, disse Leonardo Gaciba, comentarista de arbitragem da Rede Globo e SporTV, à Zero Hora.

11 pênaltis a favor do Inter na temporadaSão 11 no total, sendo oito apenas no Gauchão e dois na Copa Libertadores: um na estreia, contra o The Strongest, e outro na primeira vitória em casa, diante da Universidad de Chile. Os batedores de Diego Aguirre têm 50% de aproveitamento nas cobranças: Alex, Anderson, Nilmar e D’Alessandro, cobrador oficial da equipe, desperdiçaram suas chances. Há quem diga que o Inter está sendo beneficiado pela arbitragem.

A realidade de times menores Eu só lamento que em partidas assim, decisivas, que valem tanto para equipes consideradas menores, como neste caso de quarta-feira o Cruzeiro, aconteçam esses fatos envolvendo a arbitragem, que em tantos casos já provou que pode sim fazer a diferença num jogo.

Temos o exemplo mais claro aqui em Venâncio, quando Guarani e Lajeadense faziam a final da Copa Fernandão. Em que lances claros aconteceram, de braço na bola, e nada foi assinalado pela arbitragem. Na época as más línguas comentaram que a Federação Gaúcha teria feito figa e dado uma forcinha para que o Lajeadense fosse o campeão e respectivo dono da vaga na Copa do Brasil deste ano e que o presidente Noveletto até teria dito que o Edmundo Feix não estaria a altura de sediar uma partida, quem sabe, contra um clube de Série A do Brasileiro.

Mas será que com um título naquela competição não teria sido a chance de alavancar o futebol do interior? Será que este não seria o empurrão que falta para que então se tenha uma estrutura melhor? óbvio que sim, apareceriam patrocinadores, sócios.

Sou entusiasta do futebol do interior, seja Grêmio ou Inter, sempre vou torcer para os times de menos expressão terem a oportunidade de chegar a decisões, títulos e competições a nível estadual e nacional. Já pararam para pensar o que passa na cabeça, o que significa para um jogador que disputa competições pelo interior, divisões inferiores e aí jogar num Beira-Rio ou numa Arena, decidir um título estadual com uma das duas potências gaúchas do futebol. Vou além, quantos dos jogadores do Cruzeiro hoje estão desempregados, com a incerteza de que mês que vem vão ter como manter uma família que depende deles, e o sonho, o desejo de jogar num time melhor que foi podado ao ser eliminado e não ter tido a visibilidade que teria se tivesse eliminado um Inter e fazer uma final com um Grêmio?