Visando potencializar a criação de um polo da proteína animal em Venâncio Aires, o presidente da Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, palestrou no município nesta quinta-feira, 04, durante reunião-almoço promovida pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços, Jornal Folha do Mate e Administração Municipal. Ao destacar a visão de futuro do município e os caminhos promissores para empresários que buscam investir no setor, Turra declarou-se padrinho do projeto local que visa ampliar a produção de produtos e subprodutos da proteína. O ex-ministro da Agricultura brasileiro falou ainda sobre as perspectivas de mercado e apresentou números do crescimento do setor no Brasil e no mundo.

O salão principal da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) esteve lotado de autoridades, empresários e produtores rurais ligados à produção de carnes, peixes, leite, ovos e mel. O encontro aberto pelo prefeito Airton Artus salientou o interesse do município em diversificar sua economia produtiva para a área da proteína. Com forte vocação agrícola, a Capital do Chimarrão quer agregar valor ao seu produto visando alcançar novos mercados, especialmente na área de alimentos. Avanços como o PAC dos Frigoríficos, que visa levar asfalto até a sede dos quatro principais frigoríficos do município, foram apresentados pelo prefeito, que trabalha ainda a criação de um Centro Vocacional Tecnológico em parceria com a Universidade de Santa Cruz do Sul.

Em sua fala, Francisco Turra, que é natural de Marau, no noroeste gaúcho, salientou que o Brasil já é e será por muito tempo o grande celeiro de alimentos do mundo. Para ele, o país é naturalmente privilegiado e a região de Venâncio Aires, com característica de minifúndio, está correta em buscar a diversificação para a área da proteína. “A dieta humana está migrando para o maior consumo de proteína animal, principalmente a carne. Com o crescimento econômico, as pessoas vão comer ainda mais carne e pagar melhor por ela”, avalia.

Turra destacou ainda a importância de agregar valor ao produto original. Ele citou como exemplo um frango japonês enriquecido com chá de erva-mate, que valoriza muito a carne por lá. Aos produtores deixou o recado de que é possível exportar, é possível ganhar dinheiro, porém a qualidade e a sanidade do produto são indispensáveis. “Não é admissível areia na carne ou qualquer impureza. Quanto a esses processos de qualidade, não tem mais volta, é preciso evoluir”, finalizou.

Após o evento na AABB, Francisco Turra foi até a Prefeitura Municipal e conheceu mais dados sobre a produção local e o programa de asfaltamento do interior. Turra declarou-se impressionado com Venâncio Aires e prometeu voltar para visitar os frigoríficos locais e, quem sabe, associar as empresas junto a ABPA.